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Autores indígenas são destaque em exposição temporária no Instituto Moreira Salles, em São Paulo

Mostra fica aberta até 9 de abril, no Instituto Moreira Salles

Instituto Moreira Salles (IMS) na Avenida Paulista, em São Paulo. (Youtube/imoreirasalles/Reprodução)

Instituto Moreira Salles (IMS) na Avenida Paulista, em São Paulo. (Youtube/imoreirasalles/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de fevereiro de 2023 às 13h52.

A ocupação dos indígenas no meio literário tem aumentado nos últimos anos e pode ser visitada pelo público no novo espaço de convivência do Instituto Moreira Salles (IMS), ligado à exposição “Xingu: contatos”, que continua até o dia 9 de abril, na sede do instituto, na Avenida Paulista.

Com um trabalho de 21 anos de implantação e manutenção de bibliotecas em comunidades tradicionais da Amazônia Legal, a Associação Vaga Lume colocou parte do acervo indígena criado nessas duas décadas à disposição do público na exposição. São 219 títulos, apresentados em três categorias. O Acervo infanto-juvenil, com 127 títulos; o Acervo bibliográfico e informativos, com 71 títulos; e o Acervo fotolivros, com 21 títulos.

As obras literárias são, na maioria, infantis e juvenis. Destacam-se os autores indígenas Daniel Munduruku, Cristino Wapichana, Yaguarê Yamã, Eliane Potiguara, Olívio Jekupé e Marcia Kambeba. Entre os nomes do acervo bibliográfico e fotolivros estão Julie Dorrico, Kaká Werá, Ailton Krenak e Edson Kayapó. Há também diversos autores e ilustradores indigenistas relevantes no meio como Mauricio Negro, Leonardo Boff, Bettty Mindlin e Claudia Andujar.

Ambiente de acolhimento

Parceria entre o IMS e a Vaga Lume, o espaço de convivência no 9º andar do IMS, conta com pufes e tapetes espalhados pelo chão, um ambiente de acolhimento para que adultos e crianças possam conhecer um pouco mais sobre as culturas dos povos originários.

Além da biblioteca, o local conta também com curtas-metragens projetados em uma tela e um mural composto por ilustrações e palavras em kuikuro (língua do grupo indígena que habita as aldeias Ipatse, Akuhugi e Lahatuá, no sul do Parque Indígena do Xingu - MT). Há mediadores disponíveis para conversar com o público e incentivar a fruição, leitura e interação, entre eles três indígenas - dois deles falantes de sua língua originária.

Exposição

Em cartaz desde novembro de 2022, a mostra revisita a trajetória de lutas e resistências do Xingu, primeiro grande território indígena demarcado no Brasil, em 1961. Exibida no 7º e no 8º andar do centro cultural, a exposição apresenta múltiplas narrativas e olhares em torno do território, tendo como destaque a produção audiovisual indígena contemporânea, que tem no Xingu um de seus principais pólos.

O conjunto inclui seis curtas-metragens, feitos especialmente para a exposição, de autoria de Divino Tserewahú, Kamatxi Ikpeng, Kamikia Kisêdjê, Kujãesage Kaiabi, Piratá Waurá e do Coletivo Kuikuro de Cinema.

A mostra traz ainda um trabalho inédito do artista Denilson Baniwa, fotografias produzidas pelos comunicadores indígenas da Rede Xingu +, e um mural, com grafismos alto-xinguanos, criado pelo artista Wally Amaru na empena de um prédio na rua da Consolação. Em diálogo, são exibidos imagens, reportagens e outros documentos produzidos no Xingu por não indígenas desde o final do Século 19.

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