Silvia Danekova: as suspeitas de doping tensionam o desenvolvimento dos Jogos Olímpicos do Rio (Christian Petersen/Getty Images for IAAF)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2016 às 09h51.
A atleta búlgara Silvia Danekova, especialista nos 3.000 metros com obstáculos, reconheceu nesta sexta-feira ter dado positivo em um teste antidoping nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mas negou qualquer infração.
"Soubemos que meu quarto teste é positivo. O choque para mim é inacreditável", indicou à televisão pública BNT.
Danekova, de 33 anos, foi suspensa. A amostra B confirmou o positivo por EPO, segundo BNT.
"Estou certa de que isso não pode ser verdade. (...) A única explicação pode ser os aditivos alimentares que consumo", disse.
"Não violei as regras. Não me sinto culpada. É humilhante", acrescentou Danekova, lembrando que, dos quatro testes aos quais se submeteu, "três deles deram negativo".
As suspeitas de doping tensionam o desenvolvimento dos Jogos Olímpicos do Rio, aos quais quase um terço da delegação russa não pôde comparecer.
Antes de Danekova, que terminou na 14ª posição nos Mundiais de Moscou de 2013, vários atletas foram suspensos no Rio, entre eles a nadadora chinesa Chen Xinyi, quarta na final de 100 metros borboleta.
O primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, mostrou nesta sexta-feira sua irritação por este novo caso que mancha a imagem do esporte búlgaro.
"Não entendo por que (os atletas) não tiraram as conclusões necessárias. Sabem bem que, nós, os búlgaros, somos observados de perto, depois de tantos búlgaros eliminados", declarou à televisão Nova.
A Bulgária foi expulsa, especialmente, das provas de halterofilismo no Rio após uma série de testes positivos em 2015.
O ministro dos Esportes, Krasen Kralev, negou qualquer negligência de seus serviços.
"Fizemos análises em várias ocasiões com nossos atletas, e todos estavam limpos. Ao chegar ao Brasil, ela (Danekova) foi testada de novo, com resultado negativo. Dois dias depois, esta substância aparece. Não podemos controlar o que cada um ingere", estimou em BNT.
"Não vejo por que (Danekova) teria feito (doping), não tinha chance de medalha", acrescentou o ministro.