Ele é responsável por uma criação que acomoda mais de 80 mil pessoas num sistema de casas, jardins e corredores internos (Vastushilpa Foundation/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de março de 2018 às 11h17.
Última atualização em 8 de março de 2018 às 12h22.
Nova Déli - O arquiteto e educador Balkrishna Doshi é o vencedor do Pritzker 2018. Ele é o primeiro indiano a receber a maior honraria da arquitetura mundial nos 40 anos de história do prêmio. O galardão foi anunciado nesta quarta-feira, 7, por Tom Pritzker, da Hyatt Foundation, baseada em Chicago.
Doshi é arquiteto, planejador urbano e educador por 70 anos. A fundação denominou o trabalho do profissional de 90 anos "poético e funcional", e sublinhou sua habilidade de criar trabalhos que respeitam a cultura oriental e reforçam a qualidade de vida na Índia.
Entre os feitos de Doshi estão: o projeto de casas de baixo custo Aranya, em Indore, que acomodam mais de 80 mil pessoas num sistema de casas, jardins e corredores internos.
The Pritzker Architecture Prize announcement video celebrating Balkrishna Doshi, the 2018 laureate on Vimeo. https://t.co/OuADemgUjM
— Pritzker Prize (@PritzkerPrize) March 7, 2018
Doshi, desde sua casa na cidade de Ahmedabad, disse que o trabalho de sua vida foi "para empoderar os que nada têm". Ele denominou o prêmio como uma honra para si e para a Índia. "O que eu fiz nos últimos 60 anos, trabalhar em áreas rurais, em projetos de casas de baixo custo, me preocupando com o futuro da Índia. Agora tudo me dá uma chance para dizer: 'Aqui estamos!'", disse.
Doshi foi incluenciado por dois grandes arquitetos do século 20, Charles-Edouard Jeanneret (Le Corbusier) e Louis Kahn.
Seu trabalho vai do prédio de concreto da Life Insurance Corporation Housing, em Ahmedabad, até as curvas naturalistas da galeria de arte subterrâneaAmdavad ni Gufa.
Embora o trabalho dos vencedores do Pritzker seja frequentemente espalhado pelo mundo, Doshi é conhecido por trabalhar quase completamente em sua terra natal.
Entre outros vencedores do prêmio estão os brasileiros Paulo Mendes da Rocha (2006) e Oscar Niemeyer (1988)