Lance Armstrong confessou ter se dopado durante anos para vencer a Volta da França e outras competições (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2013 às 11h24.
Redação Central (EUA), 18 jan (EFE).- A segunda parte da entrevista que Lance Armstrong concedeu à apresentadora americana Oprah Winfrey foi transmitida na noite desta sexta-feira e tratou dos efeitos pessoais e econômicos oriundos da retirada dos seus sete títulos na Volta da França.
'Em apenas alguns dias eu perdi US$ 75 milhões em patrocínios. A ligação mais difícil foi a recebida da Nike para dizer que a marca não podia seguir me apoiando', disse.
Uma noite depois de Armstrong ter admitido um esquema de doping sistemático que o levou a conquistar a Volta da França sete vezes, o ex-ciclista continuou sua entrevista exclusiva a Oprah falando dos efeitos pessoais do seu banimento por parte da USADA (a agência antidoping dos EUA).
Oprah começou a segunda parte da entrevista perguntando a Armstrong se ele se sente desonrado, ao que o ex-atleta respondeu que sim, antes de acrescentar: 'Me sinto envergonhado. São coisas muito feias'.
Questionado sobre o pior momento vivido por ele depois que o caso veio à tona, Armstrong disse que foi muito difícil perder acordos de patrocínio, mas nada se compara ao fim dos laços com a Livestrong, a organização beneficente contra o câncer que ele próprio fundou e que vendeu mais de 80 milhões de pulseiras amarelas.
A apresentadora perguntou se a organização pode sobreviver sem Armstrong, pelo que o ex-ciclista, que a ajudou a arrecadar US$ 500 milhões, respondeu: 'Assim espero'.
Armstrong também admitiu que merece ser castigado, mas não considera justo o banimento do ciclismo. Além dos sete títulos na Volta da França, o ex-ciclista teve de devolver a medalha de bronze conquistada nas Olimpíadas de Sydney, em 2000.
O momento mais emocionante da entrevista aconteceu quando Oprah lhe perguntou como fora dizer a verdade aos seus filhos.
'Ao meu filho Luke, disse simplesmente que não me defendesse mais frente às outras crianças, que simplesmente lhes dissesse que sentia muito pelo que eu fiz', disse Armstrong, fazendo esforço para conter as lágrimas.
'Vi meu filho me defendendo ao dizer aos amigos: 'O que estão dizendo sobre o meu pai não é verdade'. Foi quando soube que tinha de dizer-lhes a verdade', finalizou. EFE