Casual

Aprenda a ouvir o que o seu carro está dizendo

Entenda a interpretar os sinais que o veículo dá ao dono anunciando que está com problemas


	Carro: entenda a interpretar os sinais que o veículo dá ao dono anunciando que está com problemas
 (Thinkstock)

Carro: entenda a interpretar os sinais que o veículo dá ao dono anunciando que está com problemas (Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2016 às 19h01.

Todo carro se comunica com o motorista. Ou pelo menos tenta. Especialmente quando as coisas não andam bem. Ele avisa quando o amortecedor está gasto ou quando o pneu precisa de calibragem. Você só precisa saber ouvi-lo.

Para ajudar nessa relação desgastada entre automóvel e proprietário, em vez de psicólogos ou terapeutas, fomos buscar os conselhos de César Urnhani, piloto de testes da Pirelli, e Gerson Burin, técnico em segurança viária do Cesvi Brasil, que ensinam dicas preciosas para reconhecer quais são as principais mensagens transmitidas por seu carro.

(Divulgação)

Alinhamento e balanceamento

Do mesmo modo que o homem indica à máquina o que ele quer através do volante, a máquina, por mais submissa que seja, sinaliza suas carências.

O recado mais fácil de entender é quando o volante está torto. Seu carro está dizendo a você que é preciso refazer o alinhamento da direção. Nesse caso, em geral o volante apresenta vibração, às vezes até em baixa velocidade.

Na estrada, o veículo fica instável e a direção quer se mexer sozinha. Isso mostra que, além do alinhamento, também é necessário balancear as rodas.

Para fugir dessa, a dica é evitar ao máximo impactos em buracos e lombadas irregulares e não descuidar da revisão periódica, fazendo o serviço de alinhamento de direção e de balanceamento dos pneus pelo menos a cada 10 000 km ou quando receber os sinais acima.

Cambagem

Outro recado que o volante pode mandar ao motorista é com relação à cambagem. Para quem não sabe exatamente o que é, a cambagem se refere ao grau de inclinação das rodas, tanto quando vistas de frente como quando vistas de cima.

E para cada modelo há uma medida exata.
Assim como ocorre com o alinhamento e o balanceamento, dá para perceber que a cambagem está incorreta por meio de uma vibração no volante e da falta de estabilidade do veículo.

Mas a melhor maneira para se certificar de que o problema está mesmo aí é observar se também ocorre o desgaste irregular na banda de rodagem. Se houver, vá correndo para uma oficina.

(Divulgação)

Amortecedores

O carro também se comunica com o dono por meio de sons. Um exemplo é quando os amortecedores estão com sua vida útil comprometida. Ao passar por um piso irregular ou uma lombada, ouvimos o som de algo batendo na suspensão. Achou que é normal? Então você passa por outra lombada e escuta de novo a batida seca.

Há uma grande chance de ser amortecedor cansado. Mas ele também manda outro aviso sonoro nessa situação: os pneus cantam mesmo em velocidades mais baixas.

Como a maioria dos problemas que envolvem a suspensão, os primeiros efeitos colaterais são a perda de estabilidade e o desgaste prematuro dos pneus.

Não é possível estipular um prazo exato para a troca dos amortecedores, pois varia conforme o modelo, o terreno percorrido, o nível de carga e o modo de dirigir. Na dúvida, vá a uma oficina especializada em suspensão e faça uma checagem rápida.

Calibragem

Seu automóvel teima em ir para um lado e você precisa estar corrigindo sempre a trajetória? Sente que a estabilidade piorou quando está acima de 60 km/h? Então pare no primeiro posto de combustível e calibre os pneus, pois o problema está neles. Caso os pneus estejam mais vazios do que deveriam, eles vão cantar mais nas curvas e, como consequência, causará o aumento do consumo de combustível.
Porém, se a calibragem estiver acima do ideal, haverá um desgaste irregular nos pneus, especialmente no centro da banda de rodagem. Para não cair nessa roubada, é só criar uma rotina: faça calibragem dos pneus a cada uma ou duas vezes que for ao posto abastecer o tanque.

(Divulgação)

Molas

Possuem vida útil superior aos amortecedores e têm uma responsabilidade adicional: suportar o peso da carroceria. Portanto, no caso de desgaste excessivo, o risco de acidente e danos à suspensão é ainda maior.

As mensagens que elas mandam começam com um carro instável, que, ao passar por obstáculos e pisos mais irregulares, balança de forma intensa, vibrando demais, como se fosse numa picape antiga, que pula sem parar.

Além disso, a cambagem começa a se deteriorar com mais rapidez, iniciando um efeito dominó em outros itens da suspensão. Como os amortecedores, não há quilometragem ideal para substituí-las. Só mesmo o mecânico pode dizer se chegou a hora da troca.

(Divulgação)

Combustível adulterado

De repente você ouve que o motor está “grilando”. Pois bem, se ao dar a partida ou na arrancada se ouve esse ruído agudo metálico, pode pensar em combustível adulterado.

Esse som é característico do momento em que é injetado combustível nas câmaras de combustão. Com a gasolina ou o álcool de má qualidade, ele força essa injeção, emitindo um ruído mais agudo.

Junto desse sintoma, o veículo começa a apresentar outros sinais característicos, como falhas no funcionamento do motor, marcha lenta irregular e perda de potência. Aqui vale a velha e boa dica: abastecer sempre em um posto de confiança, conhecido, e fugir de preços muito abaixo da média.

(Divulgação)

Velas

Quando elas estão gastas ou danificadas, seu carro manda avisos bem claros. O motor começa a engasgar, perde potência ao acelerar e até apaga repentinamente.

Com o funcionamento irregular, o motor acaba trabalhando em temperaturas maiores e consumindo mais combustível. Assim que perceber algo fora do normal com o motor, vá logo ao seu mecânico de confiança.

A troca das velas é um serviço barato. O preço, incluindo a mão de obra, sai por menos de 80 reais, para hatch popular. O ideal é não ter de sentir esses sintomas para fazer o serviço.

Em geral recomenda-se que se troquem as velas a cada 20.000 km, mas na dúvida siga sempre a recomendação do manual do proprietário.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosCombustíveisIndústriaseguranca-digitalVeículos

Mais de Casual

Mais que um hobby, o kitesurf trouxe liberdade para André Cintra, presidente do conselho da Amend

Expedição de dois anos registra as mudanças climáticas no Rio Amazonas

Os Gêmeos levam cenas de São Paulo para megaexposição em museu de Washington

Kobra prepara a segunda maior obra da carreira: um mural de 5 mil metros quadrados