Boca: time argentino compete com arquirrival River Plate (Susana Vera/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de dezembro de 2018 às 17h25.
Madri - River Plate e Boca Juniors têm encontro programado neste domingo, às 17h30 (de Brasília), no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, na primeira vez que a Taça Libertadores terá jogo disputado em território europeu, depois dos incidentes do dia 24 de novembro, em Buenos Aires.
Os arquirrivais iniciaram duelo há quase um mês, no último dia 11 - o jogo seria um dia antes, mas, foi adiado devido temporal -, e empataram em 2 a 2, em La Bombonera.
Os atacantes Ramón Ábila e Darío Benedetto marcaram para os 'Xeneizes', enquanto o atacante Lucas Pratto e o zagueiro Carlos Izquierdoz, contra, balançaram a rede para os 'Millonarios'.
O reencontro seria duas semanas depois, no Monumental de Núñez, no desfecho da última final em dois jogos da competição, que adotará decisão em jogo único e neutro a partir de 2019.
Os arredores do estádio, no entanto, se tornaram palco de diversos atos de vandalismo, entre eles, o ataque com pedras e garrafas ao ônibus do Boca, por parte de torcedores do River.
O volante e capitão do time azul e amarelo, Pablo Pérez, sofreu ferimentos nos olhos e ficaria sem condições de jogo naquele sábado. Dessa forma, o clube 'xeneize' já sinalizava que não pretendia jogar.
Depois de horas preenchidas com muitas reuniões, a Conmebol optou por adiar a partida para o dia seguinte, também no Monumental.
Diante da postura irredutível do Boca, que irá até a Corte Arbitral do Esporte (CAS) para conquistar os pontos do segundo jogo, a decisão da Conmebol foi de suspender a partida.
Dias depois, a entidade anunciou que a volta não aconteceria na Argentina, para, dias depois, o Santiago Bernabéu ser anunciado como palco.
Miami, Doha, Assunção, entre outras, chegaram a ser cogitadas como sede do volta da final. Até estádios brasileiros, como o Mineirão, em Belo Horizonte, e a Arena Condá, em Chapecó, foram apontadas como interessadas em receber um Superclássico Argentino.
O River vem para o jogo com um sentimento de dor, pois, não teve direito a atuar na decisão no Monumental, com as arquibancadas ocupadas apenas por seus torcedores, como aconteceu na Bombonera, já que haverá divisão de espaços igualitária no Bernabéu.
"Nos feriram o espírito, mas, isso nos fará mais fortes", garantiu o técnico 'millonario', Marcelo Gallardo, nos dias que antecederam o reencontro com o Boca.
O treinador, também ídolo da equipe nos tempos de jogador, não poderá contar com o atacante colombiano Rafael Borré, que está suspenso. Além disso, não deverá contar com um possível substituto, o também atacante Ignacio Scocco, que está lesionado.
Sem a principal opção, Gallardo pode mudar a estrutura tática do River, colocando no time o experiente volante Leonardo Ponzio, que se recuperou de problema físico.
Com a manutenção da linha de cinco na defesa, e a introdução de um quarto homem no meio, Pratto ficaria sozinho no setor ofensivo.
O Boca, por sua vez, chegou a sinalizar que não disputaria a final em Madri, para levar a intenção de desclassificar o arquirrival até as últimas circunstâncias. O técnico Guillermo Barros Schelotto, por exemplo, fez discurso duro contra a violência que gerou o caso na decisão do torneio.
"O que aconteceu há 15 dias acontece muito no futebol sul-americano e argentino, e é lamentável. É o momento de mudar. Não poder jogar um River e Boca na Argentina é lamentável. É a hora de tomar medidas e começar a ser exemplo", afirmou, em entrevista coletiva.
Para o jogo, o comandante, também ídolo do clube como jogador, tem como boa notícia o retorno do atacante Cristian Pavón. O jogador, recuperado de lesão, era desfalque certo para o segundo duelo, mas, estará em campo devido ao adiamento em duas semanas da data prevista inicialmente.
Dessa forma, a expectativa é que o Boca entre em campo com a mesma formação da ida, com o camisa 7 fazendo companhia ao colombiano Sebastián Villa e a Ramón Ábila no setor ofensivo. Decisivo na reta final da Libertadores, Darío Benedetto deve começar mais uma vez no banco.
River Plate: Armani; Montiel, Martínez Cuarta, Maidana, Pinola e Casco; Palacios, Ponzio, Pérez e Pity Martínez; Pratto. Técnico: Marcelo Gallardo.
Boca Juniors: Andrada; Jara, Izquierdoz, Magallán e Olaza; Nández, Barrios e Pérez; Villa, Pavón e Ábila. Técnico: Guillermo Barros Schelotto.
Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai), auxiliado pelos compatriotas Nicolás Tarán e Mauricio Espinosa.
Estádio: Santiago Bernabéu, em Madri (Espanha).