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Com protestos nas ruas, a final da Libertadores vai sair do Chile?

Santiago, escolhida para receber a partida entre Flamengo e River Plate, é palco de semanas de protesto contra o governo de Sebastián Piñera

Flamengo em campo: limitação de voos para regionais é um desafio a mais para os torcedores (Ricardo Moraes/Reuters)

Flamengo em campo: limitação de voos para regionais é um desafio a mais para os torcedores (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2019 às 06h35.

Última atualização em 6 de novembro de 2019 às 12h03.

São Paulo — Em mais uma mostra de que América Latina não é para amadores, uma reunião em Assunção, nesta terça-feira, discute um plano B para a final do principal campeonato de futebol da região, a Libertadores. A Conmebol, federação que organiza o futebol na América do Sul, convocou os presidentes das duas equipes finalistas, o brasileiro Flamengo e o argentino River Plate, além das federações nacionais de futebol de Argentina, Brasil e Chile, para tratar da partida agenda para Santiado, no dia 23 de novembro.

A capital, chilena foi escolhida para sediar a primeira edição em jogo único do tradicional torneio, que até ano passado era decidido em duas partidas nos estádios dos finalistas. A decisão de realizar uma final em jogo único é inspirada na Liga dos Campeões da Europa, e foi alvo de crítica quando anunciada.

Uma preocupação era a limitada malha de voos na região, que dificultaria a viagem dos torcedores. Mas a partida única poderia aumentar a audiência e trazer uma vantagem adicional: segurança. Ano passado, vale lembrar, a decisão entre os argentino River Plate e Boca Juniors precisou ser transferida para Madri após um ataque de torcedores ao ônibus do Boca.

Acontece que as crises latinas se impuseram. Santiago, palco da final, é alvo de semanas de violentos protestos contra o governo, que paralisaram o campeonato de futebol chileno. Os protestos fizeram ainda o governo de Sebastián Piñera cancelar dois importantes eventos previstos para o país em novembro — a conferência do clima COP-25, remarcada também para Madri e um fórum econômico do Pacífico que deveria ter Donald Trump e Xi Jinping, cancelado.

O Paraguai, sede da Conmebol, se ofereceu para receber a final da Libertadores — que pela lógica não poderia ser nem na Argentina nem no Brasil, sedes dos dois finalistas. Outra opção é mudar a data da partida para 30 de novembro, evitando, assim, uma grande manifestação prevista para Santiago no dia 23.

O risco, claro, é os manifestantes mudarem os protestos. A dúvida é se alguém está pensando nos torcedores de Flamengo e River Plate ao tomar a decisão. Voltar a realizar a final em duas partidas — uma no Rio, outra em Buenos Aires, ainda não é uma opção considerada.

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