Erich Priebke: berlinense de nascimento, chegou à categoria de capitão das SS e foi destinado à Itália no ano 1943, onde participou do massacre da Fossas Ardeatinas (Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 12h35.
Roma - A Igreja Católica, segundo a lei eclesiática, não nega uma cerimônia e oração em privado pela alma do falecido capitão nazista Erich Priebke, participante do massacre da Fossas Ardeatinas de 1944, uma possibilidade que foi rejeitada nesta segunda-feira por seu advogado, Paolo Giachini.
Priebke, que morreu em Roma aos 100 anos na sexta-feira, foi um dos responsáveis pela morte de 335 italianos e 75 judeus - escolhidos ao acaso por ele mesmo -, que foram fuzilados pelos nazistas em represália pela morte de 33 soldados alemães ocorrida um dia antes em uma rua de Roma.
Segundo recolhem diferentes meios de comunicação italianos, o pedido de exéquias em uma igreja, realizado na manhã de 12 de outubro, não foi feito pela família do falecido, mas por "uma senhora em nome do advogado de Priebke", motivo pelo qual esta solicitação foi rejeitada.
No entanto, os dirigentes eclesiáticos, após considerar as "circunstâncias especiais" do caso, resolveram que o funeral religioso deveria ser realizado em um entorno privado, concretamente na casa onde permanece o corpo do falecido.
Desta maneira, de acordo com as leis da Igreja, Priebke tem a possilidade de receber uma oração por sua alma, embora esta seria feita de modo diferente do que o habitual, reservada e discreta.
Com relação ao local onde serão sepultado os restos de Priebke, o representante da associação de veteranos do Exército britânico "Italy Star Association 1943-45", Harry Shindler, afirmou hoje a idoneidade que suas cinzas fossem espalhadas pelo mar.
"Não sei se os peixes têm que dizer algo sobre o enterro do carrasco no mar. Espero que não se ofendam", disse.
Shindler tinha proposto anteriormente, com muitas críticas, que o capitão nazista fosse enterrado no cemitério militar alemão do município italiano de Pomezia, argumentando que dito cemitério é "praticamente território alemão e nenhum italiano pode decidir sobre um território regulado diretamente pela Alemanha".
Priebke, berlinense de nascimento, chegou à categoria de capitão das SS e foi destinado à Itália no ano 1943, onde participou do massacre da Fossas Ardeatinas, em 24 de março de 1944.
Finalizada a Segunda Guerra Mundial (1945), Priebke foi internado em um campo britânico de prisioneiros de guerra, de onde escapou em 1946 para fugir à Argentina.
Após permanecer cinco anos em Buenos Aires junto com sua esposa, em 1951 se transferiu à cidade de Bariloche, onde permaneceu até ser descoberto em 1994, o que supôs sua extradição à Itália.