Elenco, produtores e diretor de "Green Book: O Guia" recebem o prêmio de "Melhor Filme" (Kevin Winter/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 24 de fevereiro de 2019 às 22h14.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2019 às 10h06.
São Paulo - A 91º edição do Oscar começou nesse domingo (24) às 22h e terminou pouco depois da 1h desta segunda-feira (25). Ela foi exibida no Teatro Dolby, em Los Angeles.
O prêmio de melhor filme foi para ”Green Book: O Guia”. O longa é um delicado relato de um pianista negro e seu motorista branco. Ambos fazem um tour por um Estados Unidos marcado pela segregação racial.
"Bohemian Rhapsody", a biografia da banda britânica de rock Queen, foi o mais premiado da noite. O filme levou quatro estatuetas: Melhor Montagem, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Ator, com Rami Malek.
O show de abertura da cerimônia foi feito pela banda Queen com o cantor e ator Adam Lambert no vocal, tocando "We will rock you", clássico da banda. O show foi uma homenagem ao filme "Bohemian Rhapsody".
A seguir, confira a cobertura completa do Oscar 2019:
A primeira categoria a ser apresentada foi a de "Melhor atriz coadjuvante". A ganhadora foi Regina King, do filme "Se a Rua Beale falasse", que desbancou nomes como Emma Stone e Rachel Weiz, protagonistas de "A favorita".
Segunda categoria a ser anunciada, o prêmio de "Melhor documentário" foi para "Free Solo", que conta a história do alpinista Alex Honnold.
Na categoria "Cabelo e Maquiagem", o prêmio foi para "Vice", filme que conta a história do vice de George W. Bush, Dick Cheney.
Para anunciar o prêmio de "Melhor figurino", Melissa McCarthy e Brian Tyree Henry vestiram roupas de época inusitadas, com bichos de pelúcia na composição em clara referência à rainha Anne retratada em "A Favorita".
O prêmio da categoria foi para "Pantera Negra", e o discurso de Ruth Carter foi recheado de referências ao empoderamento dos negros na indústria. Uma de suas homenagens foi dirigida ao diretor Spike Lee, que estava na platéia.
Na categoria de "Melhor design de produção", apresentada por Jennifer Lopez em um vestido brilhante, o ganhador foi novamente "Pantera Negra".
O prêmio de "Melhor fotografia" foi para "Roma". O diretor Alfonso Cuarón recebeu o prêmio.
Na categoria "Melhor edição de som", o vencedor foi "Bohemian Rhapsody".
No quesito "Mixagem de som", o filme "Bohemian Rhapsody", que colocou em algumas cenas um sósia de Freddie Mercury e o misturou à voz do ator Rami Malek, foi novamente premiado.
Na categoria "Melhor filme estrangeiro", apresentada por Javier Bardem e Angela Bassett, o premiado foi "Roma", do diretor mexicano Alfonso Cuarón, que subiu pela segunda vez no palco da premiação. No discurso, ele citou filmes americanos como inspirações, como "Cidadão Kane" e "O poderoso chefão". "A cerimônia de hoje mostra que somos parte do mesmo oceano", disse, durante o seu discurso. O filme bateu concorrentes fortes, como "Cafernaum" e "Guerra fria".
O ator Michael Keaton apresentou a categoria "Melhor edição" e o vencedor foi "Bohemian Rhapsody".
Apresentada por Daniel Craig e Charlize Theron, o vencedor da categoria "Melhor ator Coadjuvante" foi Mahershala Ali, de "Green Book: O Guia". Ele se tornou o segundo ator negro a ganhar duas estatuetas do Oscar, e dedicou o prêmio principalmente à sua avó, que sempre o incentivou a não desistir.
O ganhador da categoria de "Melhor animação" foi "Homem-Aranha: No Aranhaverso", que conta a história de um garoto negro do Brooklin que se transforma no super-herói.
Além da banda Queen, mais shows foram feitos durante a cerimônia.
Jennifer Hudson fez uma performance forte de "I’ll Fight", música tema do documentário "RBG". Já Bette Midler cantou "The Place Where Lost Things Go", música tema de "Mary Poppins: o Retorno", após o apresentador surgir na frente do palco caindo dos ares pendurado por um guarda-chuva, cena icônica do musical.
Diante de um cenário de faroeste e vestindo roupas típicas, Gillian Welch e David Rawlings cantaram "When A Cowboy Trades HIs Spurs for Wings" de "A balada de Buster Scruggs", produção da Netflix dirigida pelos irmãos Coen.
Na categoria, o premiado foi "Bao", produção da Pixar de sete minutos. A chinesa Domee Shi, primeira mulher a dirigir uma produção do estúdio, recebeu o prêmio.
O ganhador da categoria "Melhor curta-metragem de documentário" foi uma produção da Netflix sobre menstruação: "Period. End of sentence".
"O primeiro homem" foi o vencedor na categoria "Melhores efeitos visuais".
Na performance de "Shallow", canção tema de "Nasce uma estrela". Bradley Cooper acompanhou Lady Gaga, em um elegante vestido preto, no vocal. A cantora pop, que fez sua primeira incursão no cinema, também tocou piano durante a apresentação romântica e intimista.
"Skin", uma produção da Fox, ganhou na categoria de "Melhor curta-metragem". O filme conta a história de um skinhead.
Apresentada por Samuel L. Jackson e Brie Larson, o prêmio da categoria de "Melhor roteiro original" foi para "Green Book: O Guia".
Spike Lee subiu ao palco para receber o prêmio de "Melhor roteiro adaptado" por "Infiltrado na Klan", após Samuel L. Jackson não conter sua emoção quando anunciou o vencedor. O diretor também não se conteve: literalmente pulou em cima do apresentador.
Durante o seu discurso, o diretor lembrou da trajetória de sua família até conseguir estudar cinema. "Quero homenagear os nossos ancestrais. Estamos em um momento poderoso, estamos quase chegando à próxima eleição dos Estados Unidos. Vamos escolher entre o amor e o ódio. Vamos fazer a coisa certa (vocês sabem que eu tinha de falar isso)." "Faça a coisa certa" é um filme clássico do diretor, que foi esnobado pelo Oscar.
Apresentada por Michael B. Jordan, "Pantera Negra" levou o prêmio na categoria de "Melhor trilha sonora original".
Favorita na categoria, a canção "Shallow", de Lady Gaga, tema de "Nasce uma estrela", ganhou o prêmio de "Melhor canção original".
Tradição da premiação, a Academia realizou uma homenagem a todos os participantes de renome da indústria cinematográfica que se foram desde a apresentação de 2018. Entre os diversos nomes citados, estão o do ator Burt Reynolds, o diretor italiano Bernardo Bertolucci e o diretor brasileiro Nelson Pereira dos Santos, além de Milos Forman e Stan Lee,
Favorito na disputa, Rami Malek ganhou o Oscar de "Melhor ator" por sua atuação como Freddie Mercury, vocalista da banda Queen. Ele foi a terceira opção para o filme, que antes sondou o ator Sacha Baron Cohen. Em seu discurso, ele destacou que não foi uma escolha óbvia. "Precisamos contar histórias como a de Freddie. Também sou filho de imigrantes. Vou guardar isso para o resto da minha vida."
Chamaram a atenção as diversas declarações de amor de Malek à Lucy Boynton, que vive Mary no filme, a melhor amiga de Freddie Mercury. O ator fez questão de apontar para a atriz na platéia e dizer que seu papel foi essencial no filme.
Olivia Colman ganhou o Oscar de "Melhor atriz" pelo seu papel de rainha Anne em "A Favorita". Fez um discurso emocionado e desbancou Glenn Close, atriz de "A esposa".
Apresentado pelo diretor mexicano Guillermo Del Toro, o conterrâneo Alfonso Cuarón recebeu o prêmio de "Melhor diretor" por "Roma". A categoria é dominada por diretores da nacionalidade nos últimos anos. "Agradeço a Academia por premiar um filme sobre uma das 17 milhões de empregadas domésticas no mundo que não têm direitos. Nosso dever é falar sobre os ignorados."
Para encerrar a cerimônia, "and the Oscar goes to"..."Green Book: O Guia". Um delicado relato de um pianista negro e seu motorista branco. Ambos fazem um tour por um Estados Unidos repleto de racismo.