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A semana de moda de Nova York será um fracasso?

Estilistas e celebridades estão trocando este ano os desfiles nas passarelas pela cerimônia do Oscar e por apresentações em outras cidades

Semana de moda de Nova York: a mais comercial das semanas de moda (Eduardo Munoz/Reuters)

Semana de moda de Nova York: a mais comercial das semanas de moda (Eduardo Munoz/Reuters)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 07h16.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2020 às 07h18.

São Paulo — Começa oficialmente nesta quinta-feira 6 a semana de moda de Nova York. A cidade é palco sempre do início da temporada de desfiles do hemisfério norte, que acontece a cada seis meses. Na sequência vêm as semanas de moda de Londres, Milão e Paris. Nova York costuma ser a mais comercial das semanas de moda, cheia de grifes americanas nas passarelas, shows musicais nos intervalos e celebridades nas filas.

Pelo menos até agora. A semana de moda de Nova York , em que serão apresentadas as coleções femininas de outono, ficará a dever este ano.

A coincidência de datas com o Oscar, que acontecerá neste domingo, dia 9, é um dos fatores responsáveis pelo esvaziamento do evento. Alguns estilistas bastante icônicos preferiram abandonar os desfiles e direcionar seus esforços para vestir as celebridades que pisarão o tapete vermelho da maior premiação do cinema.

Tom Ford anunciou em dezembro passado que este ano priorizaria Los Angeles. “Foi uma decisão natural para mim”, afirmou Ford. “É minha cidade e foi o que fiz na última vez em que os calendários coincidiram, e foi ótimo. A relação entre moda e cinema é muito intensa.”

O simbolismo dessa decisão é grande, já que Tom Ford é o presidente do conselho do Council of Fashion Designers of America, entidade que organiza a semana de moda de Nova York. É como se o maestro de um concerto desistisse de se apresentar, deixando a orquestra por sua própria conta para participar de uma jam session em outra cidade.

A proximidade de datas com o Oscar significa também que muitas celebridades que costumam participar dos desfiles e ver as apresentações das arquibancadas, como Paris Hilton, Gigi Hadid e Miley Cirus, devem este ano desistir de Nova York e dar as caras apenas em Los Angeles.

Tommy Hilfiger e Ralph Lauren, dois estilistas americanos que emprestam seus nomes para as grifes que criaram, também estarão ausentes, por motivos diversos.

Na edição passada, Hilfiger fez uma das apresentações mais comentadas, com uma apresentação da atriz Zendaya. Neste ano, preferiu mudar seu desfile para a semana de moda de Londres, no próximo dia 16. Faz sentido, já que sua coleção gira em torno da parceria com o piloto britânico Lewis Hamilton.

Ralph Lauren organizou uma apresentação da cantora Janelle Monáe na temporada passada de Nova York. Este ano, apenas anunciou que estará fora da semana de moda. Jeremy Scott, Phillip Lim e Veronica Beard são outros estilistas que estarão ausentes.

Por trás dos buracos nos calendários estão algumas discussões bastante atuais no mercado internacional da moda. As redes sociais estão dando mais visibilidade às coleções e a seus criadores.

O custo de um desfile de moda, estimado em 200 000 dólares, é um investimento de retorno pouco mensurável. Por fim, se for para fazer esse aporte, muitas grifes optam por se apresentar na semana de moda de uma das capitais europeias, mais tradicionais no segmento.

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