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A fantástica fábrica de sonhos da Rede Globo

Na fábrica de sonhos da Globo, o Projac, nascem as histórias que cativam mais de 50 milhões de brasileiros e mais alguns milhões em outros países

Estúdios de novelas no Projac: seus cenários, que impressionam pelo realismo, se estendem por antigas terras agrícolas (Yasuyoshi Chiba/AFP)

Estúdios de novelas no Projac: seus cenários, que impressionam pelo realismo, se estendem por antigas terras agrícolas (Yasuyoshi Chiba/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 13h10.

Rio de Janeiro - Conhecida como "a fábrica de sonhos" da Rede Globo, o Projac, o ultramoderno centro de produção televisiva da América Latina, é onde nascem as histórias que cativam mais de 50 milhões de brasileiros e mais alguns milhões em outros países.

A qualidade do trabalho desenvolvido no megacentro de produção audiovisual da Globo tem sido reconhecida no mundo todo, como a conquista recente de dois prêmio Emmy Internacional.

A novela "Lado a Lado" - uma trama de amor vivida em meio à ebulição das transformações sociais do Rio no início do século XX, exibida em 2012 - e a atriz global Fernanda Montenegro, consagrada pela sua atuação em "Doce de mãe", um especial que foi ao ar no fim do ano passado, foram agraciados com o principal prêmio da televisão americana, e não foram os primeiros.

O Projac está localizado em Jacarepaguá, a 28 km do centro do Rio de Janeiro. Seus cenários, que impressionam pelo realismo, se estendem por antigas terras agrícolas, rodeadas por montanhas e uma vegetação tropical exuberante.

Todas as atividades relacionadas à produção de telenovelas estão concentradas no local: as filmagens, a confecção de acessórios, objetos de decoração e figurinos, a elaboração de efeitos especiais, além do trabalho desenvolvido nos estúdios de gravação – quatro deles com 1.000 m2 – e nas salas de edição.

Inaugurado em 1995, o Projac dispõe de uma área de 65 hectares construídos e mais 100 hectares destinados ao reflorestamento da Mata Atlântica, ameaçada pela devastação.

Nesta minicidade, que é abastecida por uma usina a gás, trabalham diariamente cerca de sete mil pessoas, que se deslocam graças a 300 veículos elétricos.

Assim, é possível chegar, por exemplo, a uma rua carioca de paralelepípedos da década de 1940, com lojas que exibem letreiros em francês, onde um grupo de atores participa das filmagens de um episódio da novela das seis, "Joia Rara".

A cem metros dali, se chega a Itapiré, uma pequena cidade amazônica cujas palafitas marcam o ambiente de "Além do horizonte", que vai ao ar às sete da noite.

"O Rio da década de 1940 e Itapiré são apenas duas das 22 cidades que são representadas atualmente no local", explica à AFP Renata Puppim, assessora de imprensa deste templo de produção da televisão brasileira.


Um pouco mais adiante, há uma pequena igreja com três fachadas – colonial, contemporânea e gótica - para atender às necessidades das filmagens. Cada cidade é construída em três meses por um exército de operários e artesãos, que reciclam materiais das telenovelas encerradas.

“Somos os maiores consumidores de pregos do Brasil e um dos maiores de madeira e tinta. Cada telenovela precisa, em média, de sessenta cenários, que são muito sofisticados", explica a assessora.

Os objetos usados nas filmagens são preservados. Os cerca de 180 mil figurinos, por exemplo, são organizados de acordo com a época que representam e armazenados em um armário gigante.

As novelas da Globo, que duram de seis a oito meses e são exibidas de segunda a sábado, são responsáveis pela grande fama dos atores, que são mais bem pagos pelos trabalhos que fazem para a TV do que para o cinema.

Por isso, esses profissionais influenciam, muitas vezes, a moda e até a maneira de falar das pessoas, que adotam algumas expressões que são consagradas pelos personagens da ficção.

"A Globo alcança 99% do território brasileiro, enquanto um filme, quando bem sucedido, é visto por um milhão de pessoas", explica o protagonista de "Joia Rara", Bruno Gagliasso, de 31 anos, demonstrando o poder da televisão neste país de 200 milhões de habitantes.

Paixão, traição, vingança e desejo se misturam nas novelas, em cujas filmagens surgem, muitas vezes, histórias de amor para a vida real. Foi o que aconteceu com o casal Murilo Benicio, de 42 anos, e Débora Falabella, de 34, estrelas de "Avenida Brasil" (exibida em 2012 e considerada um fenômeno). Os atores levaram para além dos muros do Projac o romance vivido na ficção.

"Produzimos mais de 2500 horas de programas e telenovelas por ano, um recorde mundial", afirma à AFP Raphael Correa Netto, diretor de vendas internacionais da Globo.

"Em 2012, a Globo comercializou 59 produtos, o equivalente a 25 mil horas de conteúdo em 33 idiomas (mandarim, russo, croata, húngaro, mongolês, coreano, entre outros) para 92 países. No primeiro semestre de 2013, 42 títulos foram vendidos para 123 países", completa.

Os direitos de transmissão do sucesso recente do horário das nove, a novela "Avenida Brasil", que buscava representar os 40 milhões de brasileiros que subiram recentemente para a classe média, “foram adquiridos por 124 países nos últimos dez meses. A novela foi dublada em 17 idiomas, um recorde na história da Globo", comemora Netto.

A chave para o sucesso dessas produções são as histórias baseadas em temas universais, onde todos os grupos étnicos e sociais são representados, de acordo com as expectativas do público e das questões da atualidade.

Cada novela, que demanda um trabalho de produção colossal para levar ao ar de 180 a 200 episódios, custa, segundo Netto, cerca de 700 mil reais, que são compensados pela publicidade e a venda de produtos relacionados.

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