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A exposição em homenagem a Vladimir Herzog e outras mostras imperdíveis

Itaú Cultural, Farol Santander e Japan House estão entre sugestões de exposições em São Paulo

Ocupação Vladimir Herzog, no Itaú Cultural (Itaú Cultural/Divulgação)

Ocupação Vladimir Herzog, no Itaú Cultural (Itaú Cultural/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 06h00.

Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 06h00.

Ocupação Vladimir Herzog

A exposição é a 46ª de uma série organizada pelo Itaú Cultural que já homenageou o arquiteto Paulo Mendes da Rocha e o crítico literário Antonio Candido, entre vários outros grandes nomes da área cultural. O objetivo principal do instituto não é rememorar a tortura e a morte do jornalista, que completam 44 anos em outubro, mas apresentar quem ele foi - o caso é representado por documentos oficiais, como o laudo assinado pelo legista Harry Shibata, que apontava asfixia por enforcamento.

Nascido em Osijek, na Iugoslávia, hoje um território croata, ele chegou ao Brasil aos 10 anos de idade. A lista de passageiros do navio do qual desembarcou com a família, judia, em fuga da perseguição promovida pelo nazismo, é o documento mais antigo da exposição. Uma carta escrita pelo pai do jornalista sobre os apuros vividos pela família na Segunda Guerra Mundial pode ser ouvida na voz do escritor Milton Hatoum.

O enorme interesse de Vlado em ganhar a vida como cineasta é um dos pilares mais surpreendentes. Em 1963, depois de participar de um curso de cinema ministrado pelo documentarista sueco Arne Sucksdorf, ele concluiu o curta-metragem “Marimbás”, um documentário sobre um grupo que sobrevivia da pesca no Posto 6, em Copacabana. Onde: Itaú Cultural, Av. Paulista, 149, Bela Vista, São Paulo, (11) 2168-1777.

Ocupação Vladimir Herzog, no Itaú Cultural

Ocupação Vladimir Herzog, no Itaú Cultural (Itaú Cultural/Divulgação)

Arqueologia do Futuro – Memória e Visão

Alinhada ao propósito de mostrar as grandes conquistas do Japão atual, a Japan House exalta a obra do celebrado arquiteto Tsuyoshi Tane. Ao todo, serão apresentados 15 projetos, desenvolvidos entre 2006 e 2019. Eles estão esmiuçados por meio de 600 objetos, como maquetes de grande porte, modelos de estudo e toda sorte de materiais e utensílios encontrados nos locais de cada obra, além de 2 mil imagens.

Tane diz realizar uma espécie de pesquisa arqueológica antes de definir cada projeto. Cada detalhe é baseado em histórias e referências locais, o que permite dizer que suas construções ajudam a preservar as memórias das regiões alteradas por ele.

Com curadoria do próprio arquiteto, a mostra apresenta, por exemplo, o projeto vencedor do concurso para a elaboração do Museu Nacional da Estônia, finalizado em 2016. A obra é um prolongamento dos restos de uma pista de pouso soviética. Onde: Japan House, Av. Paulista, 52, Bela Vista, São Paulo, (11) 3090-8900. Até 13 de outubro.

Arqueologia do Futuro – Memória e Visão

Arqueologia do Futuro – Memória e Visão (Japan House/Divulgação)

Riscos e Rabiscos - Lendo a Cidade

Com curadoria de Leonel Kaz, a exposição, espalhada por dois andares do Farol Santander, em São Paulo, propõe um novo olhar sobre as ruas da cidade. A ideia é refletir sobre a tipografia usada em dezenas de letreiros, grafites e pichações que dominam a paisagem da capital. Um dos núcleos permite descobrir qual é a fonte usada na sinalização do Metrô, por exemplo.

Em outra parte da mostra, os visitantes deparam com 207 fotografias da cidade clicadas nos séculos XX e XXI por figuras como José Roberto D’Elboux. “A exposição vai aguçar seu olhar para o seu próprio habitat: a rua”, promete a instituição. Onde: Farol Santander, Rua João Brícola, 24, Centro, São Paulo. Até 3 de novembro.

Riscos e Rabiscos - Lendo a Cidade

Riscos e Rabiscos - Lendo a Cidade (Farol Santander/Divulgação)

Protolivro, de Edith Derdyk

Vizinha ao Parque Villa-Lobos, em São Paulo, a Casa de Cultura do Parque abriga três séries de obras produzidas pela artista paulistana Edith Derdyk que refletem sobre o papel do livro. “Ele é parte fundante da construção do conhecimento, tanto do imaginário quanto das vontades de futuro. Somos seres de linguagem e remontar as nossas origens, além de ser um fundamento poético, traduz um ato político”, explica a artista

Para compor um dos trabalhos, "Tábula Rasa", ela amealhou mais de 400 bíblias em sebos e sobrepôs a primeira página do Gênesis. Em uma das salas, a artista propõe uma experiência imersiva com obras construídas no local com folhas de papel em branco, linha preta, agulhas, pregos enferrujados e carvão. Onde: Casa do Parque, Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300, Alto de Pinheiros, São Paulo, (11) 3811-9264. Até 13 de outubro.

Protolivro, de Edith Derdyk

Protolivro, de Edith Derdyk (Edith Derdyk/Divulgação)

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