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A estrela da tecnologia: como a dança faz parte da rotina da presidente da SAP Brasil

Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, leva os ensinamentos da dança para a rotina da empresa de softwares

Adriana Aroulho: sua rotina hoje inclui duas práticas por semana de balé fitness  (Leandro Fonseca/Exame)

Adriana Aroulho: sua rotina hoje inclui duas práticas por semana de balé fitness (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 2 de janeiro de 2024 às 15h08.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 16h58.

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Para muitas pessoas, as férias escolares de julho foram marcadas por viagens ou tardes em casa. Na adolescência de Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, a pausa do mês era motivo para dançar. “Comecei a fazer balé com 4 anos e sempre adorei. Fiz balé, jazz, sapateado, contemporâneo, durante toda a minha infância e muito intensamente na minha adolescência. Então, durante as férias de julho, eu ia dançar nas praças da cidade”, lembra a executiva, que ingressou na dança por iniciativa da mãe. “Participava dos grupos da academia que competiam nos festivais de dança. Fui para o Festival Internacional de Dança de ­Joinville, uma referência mundial na área por muitos anos seguidos. Renunciei à viagem de formatura do ensino médio para poder dançar fora de São Paulo.”

As práticas eram diárias e seguiram Aroulho até o momento da escolha do curso da faculdade, quando se viu dividida entre seguir carreira profissionalmente na dança ou ingressar nas ciências sociais. A executiva pendeu para o curso de humanas, e a dança se tornou um hobby. “Eu idealizava trabalhar no mundo acadêmico, devido à minha paixão pelas ciências humanas. Então acabei seguindo por esse caminho. Com isso, passei a ser mais apreciadora da dança. Ao longo dos anos tentei alguns formatos. Cheguei a fazer aula em algumas academias, mas os horários acabavam se complicando.”

Também foi na dança que Aroulho conheceu o marido, aos 15 anos. “Ele foi bailarino profissional e coreógrafo por muitos anos, até se aposentar. Dançamos juntos a primeira vez quando eu tinha 15 e ele 21, no Festival de Joinville. Fizemos um pas-de-deux, mas não tínhamos muita intimidade. Nunca poderia imaginar o que estava por vir.” Depois de dois anos sem se encontrarem, Aroulho foi para o ensaio de dança com o rosto pintado por ter sido aceita na faculdade. “Ele fez um comentário, e as coisas começaram a mudar nesse dia. Dançamos novamente juntos pouco tempo depois, e nosso pas-de-deux já dura quase 30 anos.” Além do marido, a filha e os cunhados de Aroulho também são dançarinos.

Os passos de dança fazem parte até de momentos no escritório da empresa de desenvolvimento de soft­wares para gerenciamento de processos de negócios. “Uma história engraçada é que, em 2018, quando eu estava liderando uma linha de negócios na SAP, inventei uma ‘moda’ de comemorar grandes projetos virando uma estrela. Poderia ser no escritório, no palco do nosso evento de ­kickoff de trimestre, não importava. Virei várias estrelas. Para mim, é a coisa mais fácil do mundo. Mas as pessoas reagiam como se fosse uma apresentação do Cirque du Soleil. Era muito divertido”, diz.

Atualmente Aroulho pratica balé fitness, atividade que mais se adaptou à sua rotina. “Desde que assumi a presidência da SAP Brasil, em meados de 2020, minha rotina mudou bastante. Hoje, minha prática está mais direcionada ao balé fitness. Minha personal trainer é bailarina profissional, e meus exercícios são focados na mistura de movimentos de balé clássico com pilates, ioga, ginástica funcional, alongamentos. Toda aula é diferente”, diz. As práticas acontecem duas vezes por semana, na academia do condomínio onde mora, mas para 2024 Aroulho planeja acrescentar cada vez mais dança em sua rotina.

Liderando uma empresa de tecnologia com 1.200 colaboradores no Brasil, Aroulho percebe a importância e o impacto da arte e da tecnologia na vida das pessoas. “Eu trouxe o balé comigo ao trabalho. Na verdade, qualquer prática que requer comprometimento se reflete no trabalho. Isso é muito importante. Quando se está dançando em parceria, é preciso perfeição, sincronismo e muita resiliência. No balé, você treina de 6 a 8 horas por dia para ter uma oportunidade no palco. Se você falhar, tem de lidar com a frustração e fazer melhor na próxima oportunidade, treinar mais, trabalhar mais. São grandes aprendizados. A arte pode inspirar também um time de vendas. Quando assumi a presidência, fazia os eventos de vendas em lugares inspiradores, como o Museu da Imagem e do Som ou o Museu de Arte de São Paulo. Trazer essa oxigenação para a rotina de uma equipe que vende software para empresas é muito positivo.”

Quatro passos para ingressar na dança

Criatividade
“Qualquer pessoa pode dançar ao seu modo e aprender novas danças”

Consciência corporal
“É algo que você vai adquirindo ao longo do tempo, vai descobrindo como seu corpo se movimenta, em qualquer ritmo que estiver dançando”

Paciência
“Quando você começa a dançar, pode ser muito autocrítica. Mas é preciso ter paciência e observar suas possibilidades e seus limites”

Individualidade
“O ideal é não se comparar aos demais. Cada um tem seu tempo, seu processo de evolução e sua interpretação corporal de um movimento. Assim como na vida”

*Agradecimento: Studio Enjoy It

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