Arena Corinthians: local terá o pontapé inicial do Mundial (Friedemann Vogel/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2014 às 11h11.
São Paulo - Cada jogador recebe duas cartas e, com sorte, terá algum personagem poderoso como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o empresário Eike Batista, que levam dinheiro, material de construção e licitações para jogar assim em 'A Conta da Copa é Nossa'.
Na mesa, estádios-sede do mundial, aeroportos e grandes instalações de infraestrutura, assim como patrocinadores globais como Castrol e Coca-Cola e os governadores de estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, com os quais os jogadores interagem para conseguir um tratamento de graça.
'Não pretendemos criticar a Copa, não estamos contra o torneio nem contra o futebol, mas contra tudo que foi roubado durante a construção de estádios ou estradas', declarou a Efe Guilherme Cianfarani, da Quéquéré Jogos e um dos criadores do jogo de mesa crítico com a Fifa e com como se organizou a Copa.
Cianfarani lembrou que as sedes do Mundial, que começa em 12 de junho em São Paulo e termina em 13 de julho no Rio de Janeiro, eram oito em um primeiro momento, mas passaram a 12 'justamente para distribuir esses lucros ilegais'.
Os jogadores também podem fechar acordos comerciais com os patrocinadores do Mundial, aumentando assim sua influência e garantindo mais pontos no final do jogo, explica a Quéquéré em seu site, onde continuam com a campanha de arrecadação de fundos para comercializar o jogo.
Foram dois anos de pesquisa para encontrar aos personagens e classificá-los por números em relação a seu poder, como também alguns ex-jogadores de futebol que estão presentes, como Pelé e Ronaldo, que jogam com sua fama de 'garotos-propaganda' para acumular pontos.
Além disso, Cianfarani demorou quatro meses para idealizar as regras do jogo, como a que diz que em caso de arrecadar os fundos necessários, o jogador lançará mil unidades ao mercado a R$ 100.
Apesar do espírito crítico do jogo de mesa que tem um elefante branco como símbolo, em alusão às obras construídas para grandes eventos que ficam abandonadas com o passar do tempo, o idealizador disse que 'também há personagens que combatem as despesas exageradas do Mundial' assim como 'críticas positivas'.
'É uma crítica estrutural, não contra o governo', afirmou o criador, mirando com sua denúncia a Fifa, que, analisou: 'Escolhe o país onde pode ter mais lucro e onde as contas ficam para a população'.
A denúncia da Quéquéré Jogos se destaca por sua originalidade mas não se sai da linha comum dos protestos contra o torneio, na qual diferentes classes sociais pedem melhoras dos serviços públicos e acusam o governo de destinar parte dos orçamentos para construir estádios e infraestruturas da Copa.
'Estamos nos unindo ao ambiente geral, sem dúvida há quem se aproveita da questão partidária, da parte governamental, para criticar o governo, mas minha crítica não é unicamente contra o Executivo: se fosse outro partido, a estrutura da Copa seria igual', opinou. EFE