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50 Best: como é o ranking que elege os melhores restaurantes do mundo

Rosa Moraes, presidente para o 50 Best para o World Latin America conversou com Casual EXAME sobre os bastidores do evento que acontece amanhã, 28, pela primeira vez no Brasil

Rosa Moraes, presidente para o 50 best para o World Latin America e embaixadora de gastronomia e turismo do Grupo Ânima Educação; (Fabiana Kocubey/Divulgação)

Rosa Moraes, presidente para o 50 best para o World Latin America e embaixadora de gastronomia e turismo do Grupo Ânima Educação; (Fabiana Kocubey/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 10h07.

Após eleger 50 dos 100 melhores restaurantes da América Latina, do número 51 ao 100, o ranking 50 Best anunciará amanhã, 28, no Rio de Janeiro quais são as outras 50 melhores casas da região do continente americano. Na primeira lista, 9 restaurantes brasileiros foram escolhidos entre os 50 melhores de 21 países.

Às vésperas do esperado evento 50 Best Latin America no Brasil, Rosa Moraes, presidente para o 50 Best para o World Latin America e embaixadora de gastronomia e turismo do Grupo Ânima Educação, conversou com Casual EXAME sobre os bastidores do evento, as tendências da gastronomia nacional e a relevância do evento para o país.

Como é feita a lista do 50 Best e quem faz parte do júri?

Sou presidente da academia do 50 Best para a região do Brasil. A academia, tem um mecanismo muito sério para a definição da lista. São 300 membros votantes, no ano passado eram 250.

A lista da América Latina é dividida em cinco regiões: México, América Central, América do Sul Norte, América do Sul Sul e Brasil. Eu coordeno o Brasil, mas outros chairs podem coordenam mais de um país. Os países que participam do prêmio são Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Sobre os votos, são 60 pessoas que eu escolho para votar no Brasil. É uma distribuição igualitária entre homens e mulheres, 34% dos votantes são chefs ou donos, 33% são food writers, sendo jornalistas, blogueiros e 33% são gourmets, pessoas que fazem viagens gastronômicas frequentes. Para variar a lista, todo ano temos que mudar 25% de votantes.

Cada um dos jurados vota em 10 restaurantes que visitou nos últimos 18 meses. Desses 10 votos, até 6 podem ser na região dele, e até 4 outros votos são para outras regiões. Pelo menos um voto precisa ser para a região do jurado. As escolhas são confidenciais.

Os representantes brasileiros vêm crescendo na lista, e já tivemos diversas chefs conquistando o prêmio, como a Janaína Torres Rueda vencendo neste ano como a Melhor Chef Mulher da América Latina, mas o país ainda não conquistou o primeiro lugar no ranking de restaurantes. O que acha que falta para o país chegar neste posto?

Não acho que falte algo, pelo contrário temos ótimos concorrentes e fico feliz em ver que os restaurantes da América Latina estão cada vez mais conquistando prêmios. Neste ano o restaurante Central, do Peru, conquistou o primeiro lugar do mundo. Estamos no caminho e espero logo mais para sabermos quem ganhará.

Quais são os destaques da culinária latino-americana e brasileira em particular?

O Brasil com um território tão extenso, apresenta muitas propostas, criatividade, bossa e diversidade. Cada vez mais os chefs estão buscando os ingredientes nativos, produtores rurais, com uma maior compreensão do alimento e sociedade. Isso é um bom caminho para ganhar.

Hoje em dia o legal é ser único e não copiar. Vejo a evolução em olhar para frente, sem deixar de falar do passado, pois a cozinha é algo muito familiar, que te traz momentos especiais. Eu por exemplo estou planejando o meu Natal. Meus filhos moram fora do Brasil e virão para cá, e estou imaginando em como será o jantar, a mesa. A comida une as pessoas.

Com o 50 Best acontecendo pela primeira vez no Brasil, qual é a importância desse reconhecimento internacional para a cena gastronômica brasileira?

É sensacional. Faltava o evento acontecer no Brasil. Desde o dia que o evento foi anunciado vi uma evolução dos restaurantes no Rio de Janeiro com reformas, por exemplo. O Rio está brilhando, em uma semana de muita alegria, esperança e criatividade. Aproximadamente 90 chefs estarão aqui para a premiação. Quando o prêmio é no local, traz um barulho na cena gastronômica. E além de tudo o Rio de Janeiro é um cartão postal.

Como você vê o impacto desse evento na promoção da culinária latino-americana e na atração de atenção global para os talentos culinários da região?

O evento com certeza deixará um legado, pois as pessoas estão animadas para mostrarem seus restaurantes. Além disso, a votação do próximo ano poderá trazer mais pontos para o Brasil, se performarem bem, pois a votação é sobre os últimos 18 meses.

Ainda que o evento seja fechado para o público em geral, há eventos pela cidade do Signature Sessions para que as pessoas possam conhecer chefs e cozinhas de outros países.

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