Casual

50 anos do primeiro passo na Lua: o Homem "em constante movimento"

Codescobridor da do crânio de Lucy, o paleoantropólogo francês Yves Coppens acompanhou os primeiros passos de Neil Armstrong da Etiópia

Homem na Lua: Paleoantropólogo francês Yves Coppens comenta experiência vivida por ele 50 anos atrás quando pesquisava na Etiópia (fStop Images - Caspar Benson/Getty Images)

Homem na Lua: Paleoantropólogo francês Yves Coppens comenta experiência vivida por ele 50 anos atrás quando pesquisava na Etiópia (fStop Images - Caspar Benson/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 18 de julho de 2019 às 15h28.

O Homem, que há 50 anos pisava na Lua, "sempre esteve em constante movimento" - ressalta o paleoantropólogo francês Yves Coppens, codescobridor da famosa Australopithecus Lucy e que acompanhou os primeiros passos de Neil Armstrong da Etiópia.

Onde você estava na noite de 20 de julho de 1969, quando o Homem pisou na Lua?
Eu estava no meio do nada, em território etíope, mas na fronteira do Quênia e do Sudão, liderando uma expedição de cerca de 50 pessoas, 30 pesquisadores em sua maioria franceses, dez quenianos e dez etíopes nativos falantes de sua língua (Nyangatom).

Eu havia reunido todo o mundo na tenda principal e em torno do rádio um pouco limitado de um dos veículos (meu próprio Land Rover). Primeiro, foi necessário explicar aos 20 africanos que homens iriam pousar lá em cima (a Lua estava muito visível naquela noite). Grande expectativa dos pesquisadores, curiosidade inquieta dos quenianos, maravilhosa incredulidade dos Nyangatom.

E então o módulo pousou na Lua, e Armstrong deu seus primeiros passos. Eu me lembro que era noite para nós. Vieram os hurras, os dos africanos eram uma mistura de verdadeira alegria e medo desconfiado, um pouco de feitiçaria, sem dúvida. Todos olhavam um para o outro, e a alegria era contagiante porque não tínhamos nuvens!.

Como você se sentiu?
O sentimento era de prazer por uma nova conquista humana. Entre os cientistas, não havia ambiguidade. Mas era uma felicidade estranha, cheia de pensamentos e questões.

Todos ali estavam envolvidos em pesquisas sobre as origens do Homem e em posse de resultados tangíveis: restos de pré-humanos e de Humanos de 2 a 3 milhões de anos!

O gênero humano (3 milhões de anos), então o Homo habilis (e não o sapiens), já estava em movimento. Comparado com seus antepassados subservientes a um ambiente de savana, ou a seus primos primatas subservientes a uma floresta, o gênero Homo - porque seu nível de pensamento era melhor do que o de seus vizinhos (pela primeira vez, ele sabia que sabia) - se deslocou com audácia e curiosidade. Essa jornada lunar é tipicamente uma extensão dos primeiros movimentos, e o anúncio de muitas outras viagens.

E o que isso mudou para vocês?
Deve ter mudado coisas, mas minha convicção de que o Homem poderia fazer isso e o faria apenas se concretizou. O que não tirou nada do lado maravilhoso do evento.

Na ciência, somos constantemente surpreendidos, mas como é nosso trabalho, não temos medo das extravagâncias dessas disciplinas. É óbvio que iremos a Marte e a outros lugares.

Eu tinha certeza, naquela noite, ao lado dos restos de ancestrais de milhões de anos, mergulhado em uma profunda alegria de sucesso, uma verdadeira estranha felicidade e admiração por esse colega que estava fazendo geologia lá em cima!.

Acompanhe tudo sobre:LuaNasa

Mais de Casual

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no feriado

Chegou a hora de descobrir destinos turísticos no Brasil

8 restaurantes brasileiros estão na lista estendida dos melhores da América Latina; veja ranking

Novos cardápios, cartas de drinques e restaurantes para aproveitar o feriado em São Paulo