Vinhos na quarentena: 5 ótimos vinhos por menos de R$ 100 para você tomar em casa (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Guilherme Dearo
Publicado em 24 de julho de 2020 às 16h14.
Última atualização em 24 de julho de 2020 às 17h55.
O brasileiro nunca bebeu tanto vinho em sua história recente (os colonizadores bebiam mais) como está bebendo nestes tempos de quarentena, ou semi-quarentena. Segundo um estudo da Ideal Consulting, no primeiro semestre de 2020, houve um aumento de 7,4% no volume de importações em relação ao mesmo período de 2019. Isso sem falar dos vinhos nacionais. Mas o consumidor está preocupado com o bolso. O mesmo estudo aponta que em dólares houve uma queda de 3% no período.
Economizar bebendo vinho não está fácil. O dólar, que passou de R$ 3,65 em janeiro de 2019 para R$ 5,47, não facilitou nada a vida de quem bebe vinhos importados. Importadoras e comércios, no entanto, estão sempre anunciando promoções. Muitas são ótimas, mas esgotam rapidamente. Agora a moda é o site das importadoras terem um outlet. Só que nesses outlets, em geral, estão rótulos caros, por um preço melhor. Ótimas oportunidades para quem consome vinhos de alto padrão.
Quanto aos simples mortais, uma boa dica é prestar atenção no frete. Às vezes o preço está ótimo, mas o frete é caro. Há sites que oferecem frete grátis em determinadas condições. Quando há frete, lembre-se que é mais econômico comprar quantidades maiores para diluir o frete.
A seguir cinco vinhos que valem mais do que custam.
A pinot grigio é a uva da moda nos Estados Unidos. O Ziobaffa é belo exemplo dos vinhos dessa casta. Um vinho fresco, fácil de beber, que combina com o verão do hemisfério norte, mas também com as tardes quentes deste nosso inverno. Um branco orgânico e vegano feito por um surfista, um cineasta e um enólogo na Sicília, é bastante frutado. Tem ótima acidez, o que equilibra o pouquinho a mais de açúcar residual que o faz ser classificado pela lei brasileira como meio-seco. Tem 5g/l, sendo que o limite para ser seco é 4g/l. Está por R$ 54,90 no Evino. Até a meia-noite do dia 25, o frete é grátis.
O Vale de Casablanca é considerado o melhor terroir do Chile para a uva pinot noir, que gosta de climas frescos. Está à beira do oceano pacífico e sofre a influência dos ventos frios trazidos pela corrente de Humboldt, que vem do pólo sul e dá direto na costa chile. Por isso, ele é elegante, com ótima acidez. Tem aroma de frutas vermelhas, mas já tem algo de terroso, típico da casta. Um ótimo pinot para a faixa de preço. Tem por trás, o nome do grupo Ventisqueiro. Custa R$ 56,36 no site da Wine, mais o frete. Uma dica, você pode ser tornar sócio Wine Prime, pagando R$ 19,90, por apenas um mês. Os sócios têm desconto nos vinhos e não pagam o frete. Sai mais barato.
Ao valor que está o dólar, as vinícolas nacionais acabam conseguindo praticar preços mais atraentes -- mesmo com uma carga tributária gigante. Produzido pela Casa Verrone, este syrah é de Itobi, município próximo a São José do Rio Pardo, em São Paulo. Para quem não sabe, as vinícolas do sudeste andam surpreendendo pela qualidade de seus vinhos. A syrah é a uva tinta que se deu melhor na região por enquanto. Sai por R$ 46,80 na Brindisi, mais frete. Para quem mora em São Paulo, próximo à avenida Faria Lima, uma boa opção pode ser retirar na loja para economizar o frete.
A chilena Nuevo Mundo , no Vale do Maipo, próximo a Santiago, trabalha com agricultura orgânica, uma tendência no mundo todo. Este carménère surpreeende pela limpeza de aromas, com bastante fruta escura, fruta vermelha fresca, um toque de especiarias, algo floral, sem os herbáceos que muitas vezes tiram a elegância dos vinhos desta casta. Vinificado com leveduras indígenas, tem passagem de 8 meses por barris de carvalho. Na boca, tem estrutura, mas corpo médio. Vale até mais do que os R$ 75,65, que custa no site da Total Vinhos. O frete é gratuito na Grande São Paulo e em Recife. Na maior parte das outras praças, ele passa a ser gratuito para compras acima de R$ 199,00.
Vinícola familiar da região de Mendoza, na Argentina, com 140 anos de tradição, os vinhos da Bodegas Escorihuela Gascón entram na promoção de dia dos pais da Grand Cru: a segunda garrafa sai por 50% do preço. Mesmo sem esse desconto, este vinho já tem um ótimo valor para sua qualidade. É um belo malbec argentino. No nariz, tem bastante fruta escura e vermelha, na boca é redondo. Uma garrafa sai por R$ 89,90, no site da Grand Cru. Duas saem por R$ 67,43 cada. Mais frete.