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5 mentiras que o cinema conta sobre emagrecer e engordar

Veja algumas coisas em que os filmes erram no retrato que fazem do peso.


	Rocky Balboa: mudanças corporais não são instantâneas, mesmo que celebridades mostrem o contrário
 (Reprodução YouTube)

Rocky Balboa: mudanças corporais não são instantâneas, mesmo que celebridades mostrem o contrário (Reprodução YouTube)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2014 às 18h55.

Hollywood tem o hábito de passar por cima dos grandes marcos da vida sem se deter nos detalhes pouco glamurosos.

Os primeiros encontros sempre são maravilhosos, os casamentos nunca custam dinheiro, o parto dura apenas minutos e estrias não existem.

O peso ganho ou o peso perdido não constituem exceção. Os atores crescem e encolhem, muitas vezes de modo drástico, às vezes entre um filme e outro, outras vezes em um mesmo filme.

Para qualquer pessoa que sonha em mudar sua composição corporal, os resultados podem ser tanto inspiradores ("quero esse corpo!") quanto desanimadores ("...mas nunca vou conseguir").

O que é especialmente preocupante é que o modo como o ganho ou perda de peso é mostrado no cinema muito raramente condiz com a vida real, mas continuamos a acreditar no cinema.

Veja algumas coisas em que os filmes erram no retrato que fazem do peso.

A mentira: Perda de peso ocorre em um piscar de olhos

(Reprodução)

Basta assistir a uma montagem do treinamento do boxeador em Rocky – ou melhor, em praticamente qualquer dos filmes – para convencer-se de que transformações corporais dramáticas acontecem instantaneamente.

Na realidade, um plano de fitness ou perda de peso que seja sustentável muitas vezes demanda tempo: muitos especialistas recomendam perder meio quilo a um quilo por semana. Alguns filmes foram obrigados a reconhecer esse ritmo.

As filmagens de Náufrago foram suspensas por quase um ano enquanto Tom Hanks perdia peso para representar um náufrago de modo convincente na segunda metade do filme, conforme divulgou a Entertainment Weekly.

A mentira: Tudo é possível

Mesmo num prazo de tempo mais razoável, algumas transformações estão fora do âmbito da possibilidade física.

Por mais que você queira, não conseguirá ficar com 1,98 metro de altura com sua simples força de vontade, e uma mulher mediana que faça exercícios com pesos pesados não vai desenvolver um físico de halterofilista da noite para o dia (aliás, não o fará nunca).

Mas Hollywood quer que acreditemos que isso é possível.

A maquiagem e o figurino – algo que é conhecido tradicionalmente como “fat suit”, ou fantasia de gordo – podem transformar praticamente qualquer ator, fazendo-o ficar com praticamente qualquer corpo, e os efeitos visuais atuais podem infundir realismo surpreendente às transformações.

Tome-se o caso do ator Chris Evans, por exemplo. Em Capitão América – O Primeiro Vingador, o ator de 100 quilos foi convertido em uma versão “fracote” dele próprio com 64 quilos.

Conforme detalhado no site FX Guide, uma equipe de especialistas em efeitos visuais usou uma combinação de encolhimento e escalas, sósias e até a substituição digital de cabeça (soa doloroso!) para criar uma imagem de Evans que, em algumas partes, era até 30% menor que o Evans da vida real.

Presume-se que a transformação de magrinho na vida real para super-herói teria sido uma façanha possível apenas para um super-herói.

A mentira: Os atores são como nós

(Divulgação)

As mesmas ferramentas usadas para “emagrecer” um ator podem ser usadas para fazê-lo parecer mais forte ou gordo.

Em alguns papéis que requerem perda de peso, o ator pode começar a filmar com figurino e maquiagem para parecer maior do que é na realidade. Então, à medida que a história avança, os efeitos de maquiagem e figurino são reduzidos. 

Ellen Burstyn contou à BBC como foi esse processo no caso da perda de peso angustiante de sua personagem em Réquiem para um sonho: “Primeiro usei um ‘figurino de gorda’ de 20 quilos, depois um de dez quilos”, ela contou.

“Quando me livrei desse figurino, tive uma folga de 15 dias, e durante esse tempo emagreci outros cinco quilos por conta própria.”

Outros atores ganham peso para iniciar um papel como personagem com sobrepeso – ou até com peso normal. É o caso de Bridget Jones, por exemplo.

Para representar a personagem, Renée Zellweger engordou entre 10 e 15 quilos, de acordo com relatos diversos, para chegar ao tamanho 14. É o tamanho da mulher americana mediana, segundo o site WebMD.

A mentira: Perde-se peso e nada mais muda

Entendemos: não é sexy falar em pele sobrando. E a existência da pele em excesso é ignorada por muitos fora de Hollywood. Mas pele caída é um efeito colateral quase constante da perda de peso substancial.

Muitas pessoas optam por cirurgias para retirar a pele excedente – em alguns casos, quilos dela.

E, tirando a piada de mau gosto em Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro, quando foi que você viu pele excedente devida à perda de peso em um filme?

A mentira: Diferentemente das outras pessoas, atores não sofrem consequências quando ganham ou perdem muito peso em pouco tempo

(Divulgação)

Deveríamos dar mais crédito aos atores: muitos deles sabem, como nós, que mudanças rápidas de peso não são saudáveis. Mas as fazem mesmo assim porque faz parte de seu trabalho. Ou então não as fazem.

Consta que para o terceiro filme Bridget Jones, Renee Zellweger, pensando em sua própria saúde, optou por não ganhar o peso que ganhou nos dois primeiros filmes.

A informação teria sido passada à revista britânica Reveal, segundo o E Online.

Mas outros atores recorrem a táticas muito pouco saudáveis para livrar-se de muitos quilos. Jared Leto contou que “parou de comer” para cair para 51 quilos para fazer o papel de Rayon em Clube de Compras Dallas, segundo The Wrap.

E Christian Bale, que emagreceu quase 29 quilos para fazer seu papel em O Operário, disse que viveu à base de café e uma maçã – por dia, segundo a People.

Alguns atores sentem as consequências. O fato de ter ganho 27 quilos para representar Mark David Chapman em Capítulo 27 deixou Jared Leto com dor nos pés, como se tivesse gota.

“Perto do fim das filmagens, eu já não conseguia caminhar por muita distância. Tinha que usar cadeira de rodas, porque doía tanto”, ele contou ao New York Daily News em 2008. “Meu corpo ficou em choque devido ao aumento de peso.”

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