Dia Zero: o ex-presidente George Mullen (Robert De Niro, sai da aposentadoria para enfrentar a crise e encontrar os responsáveis dos ataques cibernéticos (JOJO WHILDEN/Netflix)
Ferramenta de inteligência artificial
Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 07h40.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2025 às 20h17.
A série Dia Zero, disponível na Netflix, apresenta um cenário difícil: um ataque cibernético devastador coloca os Estados Unidos em colapso, com a morte de milhares de cidadãos, forçando o ex-presidente George Mullen (Robert De Niro, que também assina a produção executiva) a sair da aposentadoria para enfrentar a crise e encontrar os responsáveis.
Criada por Eric Newman e Noah Oppenheim, a produção se desenrola em meio a desinformação, embates políticos e interesses ocultos de grandes empresas da tecnologia, finanças e governo.
Mas até que ponto os acontecimentos da trama poderiam se tornar realidade? Confira cinco curiosidades sobre a série.
Apesar de uma carreira repleta de filmes icônicos, Dia Zero marca a primeira vez que Robert De Niro protagoniza uma série de TV. Além de atuar como o ex-presidente George Mullen, ele também é produtor executivo da produção.
No universo da cibersegurança, um "dia-zero" ocorre quando uma vulnerabilidade de software é explorada antes que o desenvolvedor consiga lançar uma correção.
Na série, esse conceito está diretamente ligado ao ataque cibernético que desencadeia a crise. Como explica Eric Newman à Netflix, “um ataque dia-zero acontece quando um sistema é comprometido no exato momento em que está mais vulnerável, antes de uma atualização de segurança ser implementada”.
Embora a trama seja ficcional, os criadores buscaram máximo realismo ao desenvolver Dia Zero. Segundo a Netflix, Eric Newman, Noah Oppenheim e Michael S. Schmidt (jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer) se aprofundaram no tema com a ajuda de especialistas, incluindo Clint Watts, ex-agente do FBI, e Eric Schultz, ex-porta-voz adjunto da Casa Branca.
A diretora Leslie Linka Glatter também se baseou em materiais como o livro Countdown to Zero Day: Stuxnet and the Launch of the World’s First Digital Weapon, de Kim Zetter, e em clássicos do cinema político como Sob o Domínio do Mal (1962) e A Conversação (1974).
Na série, o Congresso americano cria rapidamente uma comissão especial para investigar o ataque e impedir novos incidentes, nomeando Mullen para liderar a iniciativa. Em apenas um mês, ele já está testemunhando perante os legisladores.
Esse ritmo acelerado pode parecer irreal, mas segundo Eric Schultz, a rapidez não é impossível. “O governo tem verbas reservadas para emergências e pode agir rapidamente quando necessário”, explica.
Apesar da burocracia habitual, há momentos em que as decisões são tomadas de maneira extremamente ágil, especialmente em situações críticas como a de Dia Zero.
"Por anos, o governo alerta sobre a possibilidade de um ciberataque catastrófico", afirma Michael S. Schmidt. Os termos "Cyber 9/11" e "Cyber Pearl Harbor" já foram usados por autoridades americanas para descrever esse tipo de risco.
Os EUA já enfrentaram ataques cibernéticos de grande impacto, mas nada que atingisse a devastação mostrada na série.
No entanto, Clint Watts acredita que um ataque na escala de Dia Zero é improvável devido ao alto nível de coordenação humana necessário. "Não se trata apenas de um erro de código. Um evento como esse exigiria um grupo altamente organizado para executá-lo com essa magnitude", explica.