Sommelier
Publicado em 26 de janeiro de 2025 às 11h00.
Harmonizar vinho e comida é uma arte que pode seguir diferentes caminhos para chegar em um destino de boas experiências gastronômicas. Em geral, as combinações podem ser baseadas em três pilares: similaridade, contraste e regionalidade.
A similaridade busca unir elementos que compartilham características semelhantes, como a cremosidade de um prato e a textura de um vinho. O contraste, por outro lado, explora opostos que se complementam, como um vinho com alta acidez que equilibra pratos mais gordurosos.
Já a regionalidade valoriza a tradição culinária de uma região, harmonizando vinhos e pratos locais que evoluíram juntos ao longo do tempo.
Agora, vamos explorar três harmonizações inusitadas, já consolidadas, e que podem surpreender o seu paladar:
Batata frita e champanhe pode parecer uma combinação inesperada, mas essas duas maravilhas funcionam muito bem juntas. A textura crocante e o sal da batata frita pedem um vinho que refresque e limpe o paladar, e o champanhe cumpre essa função com maestria, com sua acidez vibrante e perlage delicada.
Além disso, as notas de fermento e brioche complementam o sabor da batata, criando uma experiência equilibrada e rica. Para quem quiser experimentar essa harmonização, o Champagne Bereche et Fils é uma ótima escolha, entre outra opções.
A pipoca é um lanche leve e saboroso e, quando acompanhada por um Chardonnay, é uma combinação surpreendente. Dependendo do estilo do vinho, a harmonização pode seguir dois caminhos: Chardonnay com passagem por barrica, com notas amanteigadas e de baunilha dialogam bem com a pipoca, criando uma conexão de similaridade com a manteiga da pipoca.
Já um Chardonnay mais fresco, com acidez viva, pode contrastar de maneira interessante com o toque salgado do snack, tornando a experiência mais leve e refrescante. O Chardonnay Otronia Block3&6 é uma excelente opção para quem deseja experimentar essa combinação com passagem por barricas, e o Chablis Loius Michel pode ser uma opção para o segundo tipo, com mais acidez.
A costela de chão é um prato robusto, com sabores intensos e uma boa dose de gordura, que pede um vinho igualmente estruturado. O Oloroso, um dos estilos mais encorpados de Jerez, oferece notas de nozes, caramelo e especiarias que combinam por similaridade com os aromas defumados da carne. Sua acidez moderada e textura aveludada equilibram a suculência do prato, criando uma experiência gastronômica complexa e prazerosa. Para quem quiser experimentar essa combinação, o Oloroso Real Tesouro é uma excelente pedida.
Experimente essas harmonizações e descubra como o mundo do vinho pode ir além das combinações tradicionais! As receitas clássicas são tradicionais e importantes, mas a jornada de descoberta de novas ideias pode ser muito recompensadora!