Caio Calafate e Paula Daemon: eles não precisaram gastar muito para fazer do imóvel uma belezinha (André Nazareth)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 18h14.
São Paulo - O lugar não precisava ser grande, mas boa iluminação natural era imprescindível, além de uma planta versátil, fácil de receber diferentes usos.
“E, se houvesse varanda, acharíamos perfeito”, conta Paula Daemon sobre o apartamento no qual imaginava iniciar a vida em comum com o namorado, Caio Calafate.
“Queríamos também ter espaço para montar um home office”, lembra ela.
Pois o casal – que se conheceu nos tempos da faculdade de arquitetura, concluída três anos atrás – encontrou tudo isso e muito mais neste imóvel carioca de 70 m².
O quarto e sala se localiza a poucos passos do trabalho de Paula, que integra a equipe do escritório Be.bo., comandado por Bel Lobo e Bob Neri, enquanto Caio faz parte do coletivo de arquitetos Gru.a.
Algumas mudanças, no entanto, foram necessárias para deixar o apê com o jeito da dupla.
Nada muito caro, já que o contrato é de aluguel.
“Como os ambientes são bem divididos, não quebramos nada. Investimos apenas em pintura, limpeza do piso e poucos móveis, que combinamos com outros herdados da família. Gostamos desse tom improvisado e com soluções descoladas, bem a nosso estilo”, fala o morador.
Os arquitetos cariocas Caio Calafate e Paula Daemon não precisaram gastar muito para fazer do imóvel no Rio uma belezinha – bastaram boas sacadas
(1) Temperos à mão na varanda. Manjericão, orégano e salsinha, plantados numa floreira, integram-se ao verde da rua e tornam o terraço ainda mais convidativo.
(2) Tonalidade sutil. Nada de branco: Paula e Caio elegeram o cinza, igualmente neutro, para colorir as paredes. O matiz resulta da combinação de três tintas (Cinza Alpino e Cinza Granito, da Coral, e Elefante, da Suvinil).
(3) Pendente de efeito. Um dos poucos pontos de luz fixados no teto, esta luminária (Reka) foi presente do arquiteto João Calafate, pai de Caio. Ela joga luz tanto para cima quanto para baixo, o que a torna prática e bem-vinda no ambiente compacto.
(4) Ora banco, ora estante. Três módulos (1,23 m x 45 cm x 49 cm*, cada um), confeccionados pelo casal, acomodam livros e quem senta à mesa. As pranchas de MDF vieram da Leo Madeiras já com o laminado melamínico.
(5) Galeria autoral. Fotos e outras obras de arte assinadas pelos próprios moradores ou por amigos decoram as paredes. Esta imagem foi clicada por Antonia Cattan.
(6) Piso recuperado. Manchado pelo uso, o cimento existente no quarto e na sala parece novo depois que o pintor aplicou removedor de tintas e vernizes (Striptizi Gel, da Montana Química).
(7) Porta colorida. A ausência de uma divisória entre a sala e o corredor, que leva ao quarto, foi resolvida com uma folha de correr, presa por roldanas num trilho e forrada de laminado melamínico azul-royal. Além de chamar a atenção pela cor, o recurso traz privacidade à ala íntima.
(8) Bancada portátil. Para facilitar o transporte em caso de mudança, a mesa de trabalho não é fixa, e sim feita de uma prancha de MDF (Leo Madeiras) apoiada em dois cavaletes (Tok & Stok). “O fornecedor já corta o tampo no tamanho desejado, então fica prático montar”, explica Caio.
(9) Gaveteiro volante. O móvel (Tok & Stok) é um curinga: cabe direitinho no vão sob a bancada e pode ser deslocado pelos ambientes, pois vem com rodízios. Utilizado para guardar papéis e livros, dá também seu toque de charme ao décor. “Tem até certo ar retrô”, opina Paula.
(10) Mural esperto. Uma chapa de fibra de madeira perfurada (Eucatex) e pintada de tinta acrílica branca entrou em cena como painel de recados sobre a bancada. Na parte de trás, há uma placa de papel-pluma (tipo de espuma), que ajuda a segurar as tachas de fotos e bilhetes.
(11) Estante em conta. Em vez de recorrer à marcenaria sob medida para expor livros e revistas, Caio e Paula preferiram apoiar prateleiras de MDF com laminado melamínico (Leo Madeiras) em cremalheiras e mãos-francesas (Leroy Merlin). Ao desocupar o apê, eles podem levar tudo na mudança.
“Com a base cinza nas paredes e no piso, ficamos à vontade para adotar cores fortes em detalhes. Deu certo”, Paula Daemon.
(12) Cozinha superprática. Um mural (tingido de Verde Ousadia, da Suvinil) semelhante ao do escritório atua como porta-utensílios junto ao fogão. O espaço de 2 cm entre a placa e a parede permite encaixar os ganchos nos furos.
(13) Suporte improvisado. De vez em quando, o banquinho da varanda vem parar aqui, onde apoia livros de receitas. Móveis fáceis de carregar funcionam bem em moradias compactas, pois viram opções multiúso.
(14) Fogão livre. Em imóveis alugados, melhor não embutir eletrodomésticos na bancada, e sim apostar em modelos soltos. Desse jeito, dá para carregá-los na mudança e usá-los no novo endereço.
(15) Painel bicolor. Em vez de usar cabeceira, o casal preferiu pintar a parede. Aplicou a tinta Elefante, da Suvinil, de modo a criar a faixa inferior, de 1m de altura. O restante recebeu a mesma mistura de tons de cinza presente na sala.
(16) Luminária. Feita em casa Artesão talentoso, Caio montou pendentes para o quarto usando tubos de alumínio, por onde passa a fiação, e lâmpadas balloon.
(17) Cama despojada. Uma base de madeira baixinha (Tok & Stok) sustenta o colchão. “É um móvel simples mas gostoso, que combina com qualquer estilo”, afirma o morador.