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Volta ao mundo

O casal mineiro Cláudia Oliveira e Evandro Prieto economizou para realizar o sonho de viajar pelo mundo. Eles conheceram 97 cidades em 18 países. Aprenda com eles

Evandro Prieto e Cláudia Oliveira: planejamento para viajar sem dívidas (Roberto Chacur/EXAME.com)

Evandro Prieto e Cláudia Oliveira: planejamento para viajar sem dívidas (Roberto Chacur/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 14h00.

São Paulo - Durante um ano e três meses, o casal mineiro Cláudia Oliveira, de 31 anos e Evandro Prieto, de 28 anos, economizou cada centavo para realizar o sonho de viajar pelo mundo. Juntos conseguiram acumular 58 000 reais para embarcar em maio de 2010 para conhecer 18 países. Essas economias, somadas às reservas fi nanceiras que tinham antes de começar a poupança, possibilitaram ao casal juntar um total de 200 000 reais. 

O planejamento financeiro deles previu até os gastos que teriam quando retornassem de viagem. Depois da volta ao mundo, cada um deles ainda tem 50 000 reais na conta corrente. Quando decidiram conhecer 97 cidades estrangeiras, eles abriram uma conta conjunta onde depositavam 50% do salário e foram morar na mesma casa, um forma de reduzir despesas e conhecer melhor um ao outro. 

O casal vendeu um carro no valor de 41 000 reais. Um mês antes de viajar, o patrimônio deles estava dividido entre 25% em ações, 21% em fundos de ações, multimercado, cambiais e small caps (papéis de pequenas empresas com baixo volume de ações negociadas em bolsa), 37% em poupança e 17% em um cartão pré-pago em euros.

"Minha estratégia foi investir em papéis que estavam em queda, como Usiminas e Vale, porque sabia que eles não cairiam ainda mais, a ponto de desvalorizar nosso capital", diz Evandro. No período em que fi caram fora do país, Cláudia e Evandro gastaram 100 909 reais. As maiores despesas foram com entretenimento, alimentação, compras, hospedagem e transporte.

Durante a viagem, Cláudia e Evandro usaram o cartão pré-pago Travel Money e, toda vez que eles recarregavam o cartão, o valor era convertido para reais e anotado em um aplicativo no celular (o Expense). "Ao fi nal do mês, fazíamos um balanço dos gastos", diz Cláudia.

Em cada um dos 18 países, o casal se programou para gastar 200 euros, libras ou dólares por dia. Mas, durante os cinco dias que fi caram na Inglaterra, torraram 1 190 libras, o equivalente a 3 112 reais. Apesar de alguns gastos extras durante a viagem, a situação fi nanceira fi cou sob controle. "Quando a coisa apertava, nós procurávamos hotéis e albergues mais baratos", diz Evandro.

Interesses comuns

Cláudia e Evandro são de Uberlândia, Minas Gerais, mas se conheceram em São Paulo, quando trabalhavam na mesma área do banco Bradesco como gerentes de projeto, ambos como pessoa jurídica. Quando começaram a namorar, em janeiro de 2009, eles pensaram em estudar inglês em Londres. 

Descobriram que o preço de um curso era 18 000 reais para cada um. O casal abandonou a ideia do curso e decidiu viajar pelo mundo. Eles pesquisaram o preço das passagens aéreas em oito agências de turismo, mas optaram por comprar um tíquete de voo que inclui várias rotas aéreas e custava bem menos. Depois de planejar a viagem, eles pediram demissão do banco, mas sabiam que quando retornassem ao Brasil precisariam ter uma reserva fi nanceira até encontrar outro emprego. 

O casal que voltou em outubro de 2010 está morando na casa dos respectivos pais, em Minas Gerais. Cada um ainda tem 50 000 reais aplicados. Cláudia tem 30% do dinheiro em bolsa, 15% em fundos de ações e 55% estão investidos em poupança. Evandro tem 70% do dinheiro aplicado em ações e 30% na poupança. 

Ela, que é administradora de empresas, está perto de voltar ao mercado de trabalho. Evandro, que é formado em ciências da computação, está desenvolvendo projetos de tecnologia para uma entidade sem fi ns lucrativos, mas por enquanto não tem salário. Ele está usando o dinheiro para pagar as contas e pretende usar os rendimentos das operações de day-trade — compra e venda de ações em um mesmo dia —, para ajudar nas despesas.

A média de gastos deles é de 5 000 reais por mês e a reserva é sufi ciente para 20 meses sem salário fi xo. A julgar pelas previsões otimistas dos analistas de mercado, que preveem um ano repleto de oportunidades (leia na página 36), logo o casal estará empregado.

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