A Finlândia foi considerada pela sétima vez o país mais feliz do mundo, segundo o Relatório Mundial de Felicidade (Joao Inacio/Getty Images)
Repórter
Publicado em 4 de abril de 2024 às 11h02.
Última atualização em 5 de abril de 2024 às 09h48.
A Finlândia foi considerada pela sétima vez o país mais feliz do mundo, segundo o Relatório Mundial de Felicidade realizado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. A pesquisa é realizada pelo professor Jan-Emmanuel De Neve, diretor do Centro de Pesquisa de Bem-Estar da Universidade de Oxford, que considerou fatores como PIB per capita, bem-estar, liberdade para fazer escolhas, percepções de corrupção e expectativa de vida saudável.
A curiosidade que fica é como vivem e o que pensam os funcionários que vivem no país mais feliz do mundo? Miika Makitalo, CEO da HappyOrNot, na Finlândia, disse ao veículo americano, CNBC, que dois fatores ajudam os finlandeses a encontrar felicidade no trabalho:
O executivo também compartilhou à CNBC 3 frases que ele costuma usar no trabalho todos os dias:
Ninguém nasce ferreiro
A frase significa que "ninguém nasce como um profissional" e que "sempre há coisas para aprender", diz Makitalo.
Assuntos sérios são tratados; caso contrário, seremos como as galinhas de Maria soltas
A principal mensagem é "Qualquer coisa urgente será tratada, mas não nos importamos com estruturas, chefes, não venha aqui me dizer o que fazer," diz Makitalo. "Qualquer pessoa na organização pode vir até mim e dizer, 'Miika isso não faz sentido. Corrija a estratégia.'"
Para frente, disse a vovó na neve
Esta frase é destinada a ajudar as pessoas a trabalharem através dos desafios, disse o CEO à CNBC. "A ideia é, vamos fazer as coisas," diz. "Então, há uma mentalidade de ‘Não se preocupe, será tratado quando começar a avançar."
O Brasil não ficou na lanterna do Relatório Mundial da Felicidade, como Afeganistão e Líbano que ficaram com as últimas posições por causa das guerras, mas chegamos no 44º lugar este ano.
Para melhorarmos esse cenário quando o recorte for o mundo corporativo, Rodrigo de Aquino, que é especialista em felicidade corporativa e fundador do Instituto DignaMente, compartilha 3 frases que poderíamos usar no Brasil para trazer mais felicidade ao ambiente de trabalho.
O propósito é uma força tão ponderosa quanto a da gravidade, mas, em vez de atrair para baixo, impulsiona adiante (Joey Reiman)
“Quando a equipe percebe que o discurso é legítimo, que a liderança vive, de verdade, o propósito da empresa, isso é transformador, mobilizador. Não à toa, quando empregados programas de felicidade em qualquer empresa, procuramos sempre o ‘Rei do Butão’. Se o líder não estiver alinhado com o propósito da felicidade, ninguém vai comprar. A mesma acontece com o consumidor. Quem é de verdade, sabe quem é de mentira”, diz Aquino.
Conectar-se com pessoas de alto potencial aumenta acentuadamente as nossas chances de obter resultados de alto potencial (Shawn Achor)
“As relações sociais formam tramas poderosas e positivas, aumentarem os índices de felicidade e a longevidade. No trabalho ampliam as vantagens competitiva, as chances de sucesso e diminui o risco de burnout”, afirma o executivo.
A tarefa do líder é aumentar, simultaneamente, o atrito intelectual e diminuir o atrito social (Timothy R. Clarck)
“Um bom líder não tem medo do confronto de ideias. Muito pelo contrário! São eles que geram o desenvolvimento de novas ideias, que estimulam novos projetos e fazem a empresa resolver antigos problemas”, diz Aquino. “Isso só acontece em locais em que os líderes se abrem para escutar tudo e todos, sempre com respeito, sem distinção de raça, gênero, idade ou condição. Esse é o formato da empresa do presente, que entende que discordar, tem tudo a ver com preservar”.
Como Diretor de Felicidade, Aquino acredita que o mercado brasileiro precisa ficar atento para não confundir as premissas da felicidade no ambiente de trabalho com a vibração, a animação e o jeito caloroso do brasileiro. “Todo o trabalho está voltado a oferecer mais dignidade aos funcionários, tornando, no mínimo, incapaz de adoecer e, ao menos, capaz de fazer florescer a todos.”
Felicidade no trabalho não evita problemas, mas torna todos capazes de enfrentá-los com condições, físicas, mentais e emocionais, afirma o executivo brasileiro. “Trabalhadores mais felizes adoecem menos, são mais engajados e tornam-se porta-vozes fiéis da empresa, atraindo novos talentos e isso, não tem preço.”
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