Carreira

Emprego no Canadá: empresas têm mais de 200 vagas abertas

Confira as dicas de carreira e adaptação de brasileiros que moram e trabalham no Canadá

Canadá: são mais de 200 vagas em diversas áreas (Yanis Ourabah/Getty Images)

Canadá: são mais de 200 vagas em diversas áreas (Yanis Ourabah/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 14 de setembro de 2021 às 08h00.

Última atualização em 14 de setembro de 2021 às 16h21.

Quer ir morar e trabalhar no Canadá? Mais de 50 empresas da província do Quebec estão com vagas abertas na feira virtual de recrutamento Journées Québec Amérique Latine.

São mais de 200 oportunidades para profissionais qualificados, em cargos como enfermeiros, programadores, desenvolvedores, engenheiros de automatização industrial, gesseiros, eletromecânicos, operadores de máquinas, soldadores, mecânicos industriais, entre outros.

A iniciativa é totalmente gratuita e as inscrições podem ser realizadas até o dia 27 de setembro pelo site.

Segundo Sara Tapia, diretora de mobilidade da agência Québec International, organizadora do evento, esse é o maior número de empresas a participar de um evento de recrutamento para a América Latina.

“Os brasileiros são os mais desejados pelas empresas locais, justamente pela competência e facilidade de adaptação à cultura quebequense”, afirma.

Cada vaga possui seus requisitos, mas, em geral, é necessário ter dois anos de experiência profissional, formação acadêmica na área e um bom nível de conhecimento do idioma francês, a língua oficial do Quebec.

Para participar do recrutamento, é necessário acessar o site do Quebec na Cabeça e verificar as informações sobre as vagas. Ao selecionar uma vaga, o interessado deve criar um perfil na plataforma da feira para aplicar.

As entrevistas com gestores das empresas acontecem entre os dias 25 de outubro e 5 de novembro. O convite para a fase será enviado por e-mail.

Quem for selecionado assinará um contrato de trabalho temporário, com duração de um a três anos. Nesse período, o profissional pode realizar cursos de francês gratuitos e online, oferecidos pelo governo canadense.

Dicas dos brasileiros no Canadá

Erika Bially se mudou com a família para o Quebec em 2006 e hoje é vice-presidente da CGI, uma das maiores consultorias de tecnologia e negócios do mundo. Para imigrar para o Canadá, ela precisou tomar uma decisão difícil de carreira: voltar algumas casas na sua trajetória, saindo de um cargo de gestão para voltar a área técnica.

Essa é sua maior lição para quem está pensando em trabalhar no exterior: “Quando chega no novo país, não conhecem sua carreira, o que fez na vida. Precisar voltar um pouco na carreira requer humildade e um espírito aberto para se provar. Voltei para um cargo técnico de arquiteta funcional, mostrei do que era capaz e virei diretora”, afirma.

Sua segunda dica é investir no domínio do francês. E a terceira é envolver sua família na decisão e no processo.

“A vinda para cá foi uma decisão de família. Desde então já recrutei muitos brasileiros e a gente nota que quem não dá certo aqui é quem deixou o parceiro de fora do processo. Não é uma escolha fácil, você abandona tudo que conhece. Os filhos também precisam se preparar, tudo tem que ser decidido em família”, avisa.

Segundo ela, as empresas e os moradores da região do Quebec estão muito dispostos a abraçar as diferentes culturas que chegam ali. A adaptação é facilitada por isso, mas a disposição do imigrante para se adaptar suaviza essa transição para a nova vida.

Franklin Lindemberg se mudou para o Canadá em 2017 e hoje é gerente de engenharia de software na LogMeIn, empresa americana de acesso remoto a computadores.

E ele recomenda duas coisas: preparo e paciência. Para quem acha que é só conseguir a vaga e se mudar, ele conta que seu processo de imigração demorou cerca de oito meses. E ele conseguiu uma vaga na segunda tentativa em feiras de recrutamento, pois viu que precisava preparar mais seu currículo.

“Eu fui mais na área de programação e mantive o foco na missão de ir morar fora”, diz.

Do lado da língua, ele já havia estudado na França e não teve problemas, mas acredita que um conhecimento que ajude a se comunicar é importante.

“A vinda demora alguns meses, se a empresa aposta em você, dá tempo de aprender mais. Já vi gente recebendo chance de entrevista após três meses, com essa demanda de voltar com o francês melhor”, explica.

E para se adaptar às baixas temperaturas, ele recomenda procurar atividades novas e exclusivas ao clima, especialmente esportes e patinação no gelo.

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