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Usar IA na entrevista de emprego é considerado trapaça?

Entre os especialistas, não há consenso em apontar uma forma confiável de detectar o uso de IA

Empregadores também precisarão explicar melhor como o processo de inscrição se desenrolará (Getty Images/Divulgação)

Empregadores também precisarão explicar melhor como o processo de inscrição se desenrolará (Getty Images/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 18 de outubro de 2024 às 10h04.

Imagine a cena: o entrevistador faz uma pergunta, você começa a ler uma resposta gerada por inteligência artificial na lateral da tela — talvez até usando outro aplicativo para fazer parecer que seus olhos estão fixos na câmera.

Pode parecer que há infinitas maneiras de enganar um gerente de contratação em uma entrevista de emprego — especialmente uma que não envolva um encontro presencial. A internet está cheia de postagens sobre como as pessoas pode passar pelas perguntas difíceis que os entrevistadores fazem.

Tudo aponta para um processo de contratação que pode ser terrível para os candidatos — e para os empregadores. Executivos disseram ao Business Insider que melhorar o processo de contratação exigiria mais conversas sobre o que constitui trapaça no processo. Muitos empregadores também precisarão explicar melhor como o processo de inscrição se desenrolará para que menos candidato possam ser tentados a ser sorrateiros.

Usar IA durante uma entrevista de emprego é trapaça?

Parte do problema agora é que nem todo mundo concorda sobre o que é antiético. Se alguém lhe desse respostas durante uma entrevista, isso não gera dúvidas que é errado. Mas que tal uma rápida pesquisa na internet para pesquisar algo? Ou que tal ter um bot de IA explicando a descrição de trabalho e lançando perguntas que podem surgir em uma entrevista?

Greg Yang, um cofundador da xAI, postou no X no início de outubro que ele pegou alguém trapaceando durante uma entrevista. "O candidato tentou usar IA durante a entrevista, mas era muito óbvio", escreveu Yang.

Entre os especialistas, não há consenso em apontar uma forma confiável de detectar quando um candidato pode estar usando IA generativa. Um sinal pode aparecer quando as respostas de um candidato não são específicas. Os recrutadores agora prestam mais atenção se os candidatos falam de forma confortável e fluente sobre eventuais realizações, experiências e problemas que resolveram.

As empresas estão tentando evitar fraudes, claro.

Kirthiga Reddy é a CEO da Virtualness, uma startup que usa tecnologia blockchain para autenticar certificações que os trabalhadores podem obter por meio de educação formal.

Ela disse ao BI que é muito fácil para as pessoas dizerem em uma entrevista que concluíram um curso ou treinamento sobre um assunto e até mesmo colocar uma conquista falsa em seu currículo.

Reddy, que trabalhou como diretora administrativa do Facebook para a Índia e o Sul da Ásia, disse que o custo de verificar as credenciais dos trabalhadores era alto, tanto para os empregadores quanto para os trabalhadores.

A Virtualness, que foi lançada no final de 2023, espera que, se os empregadores usarem a tecnologia para verificar as credenciais de um candidato, os chefes possam se preocupar menos com os riscos de contratar pessoas que não têm as habilidades que alegar ter ou, pior, aquelas que podem ter intenções ruins. 

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