O CHRO Adriano Lima: "Um atleta treina durante 90% do tempo dele dedicado ao trabalho e compete mesmo só durante os outros 10%. Já os executivos fazem exatamente o contrário" (Divulgação/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 5 de abril de 2024 às 15h55.
Uma das vozes mais relevantes do Brasil em assuntos ligados aos Recursos Humanos e desenvolvimento de carreira, Adriano Lima anuncia um passo muito importante de uma carreira de três décadas como executivo de grandes empresas.
Após uma passagem de três anos e meio como Chief Human Resource Officer (CHRO) da Minerva Foods, Lima está de saída da empresa para empreender. Entre as novas responsabilidades profissionais está o que ele mesmo descreve como o de ser um "treinador de executivos".
Lima é autor do livro Você em Ação, um best-seller escrito com base na própria trajetória dele nas áreas de recursos humanos de empresas como Amil, Unilever, Mastercard, Safra e Itaú.
Além disso, é colunista da EXAME sobre temas de carreira e uma das principais autoridades em recursos humanos no LinkedIn. Por ali, ele compartilha diariamente dicas de carreira e desenvolvimento pessoal a uma base de mais de 108 mil seguidores.
A definição de ‘treinador de executivos’ tem a ver com a própria relação de Lima com o mundo dos esportes. Na adolescência, no Rio de Janeiro, Lima foi capitão de times de basquete e vôlei na escola.
"Num deles, o treinador Leandro me confiou a liderança me entregando a braçadeira de capitão e eu nunca mais deixei essa veia de lado", diz.
Apesar da paixão por esportes quase o levar para a faculdade de educação física, Lima acabou escolhendo o curso de psicologia em função do interesse em trabalhar os aspectos de desenvolvimento humano, sobretudo no ambiente corporativo.
Logo após formado, aos 25 anos, ele assume a primeira gerência de RH da carreira no Grupo Amil. Desde então, especializou-se em entender as posições mais adequadas para os mais diversos perfis comportamentais dos profissionais.
E, em paralelo, focou em treinar executivos em habilidades e competências necessárias para eles assumirem novos desafios, sendo em algumas empresas chamado carinhosamente de “guru” por executivos citados por ele como Pedro Bueno, CEO do Grupo Dasa e Marcelo Tangioni, CEO da Mastercard.
“Aprendi que um atleta treina durante 90% do tempo dele dedicado ao trabalho e compete mesmo só durante os outros 10%”, diz Lima. “Já os executivos fazem exatamente o contrário e acabam treinando só em 5% do tempo dele de trabalho. Quando treinam. Falta treino.”
O interesse nas relações humanas, e em processos de avaliação de desempenho, levaram a Lima a obter uma certificação em coaching pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, em 2018.
É a mesma coisa que treinador de executivos? Para Lima, não. "A palavra coach ficou popular e passou a designar um trabalho de mentoria para qualquer coisa, inclusive fora do ambiente corporativo", diz ele.
"Com a definição de treinador de executivos estou me propondo a somente atuar para empresas e executivos que possuem desafios e oportunidades de aumento de performance, que é o que me especializei na prática e na teoria", diz ele.
No radar de Lima estão executivos com gaps de gestão de pessoas, de liderança de times, de relacionamento com pares ou no relacionamento com um conselho de administração, por exemplo.
"São exemplos de alguns destes desafios que precisam de um 'treinador' para entrar em campo e ajudar seus treinados a aumentarem sua performance de maneira sólida e sustentável", diz.