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Trump encerra programas de diversidade no governo federal

Decretos determinam o desmonte de programas federais de equidade e inclusão; informações sobre mudança de gênero em passaportes americanos também desaparecem

Trump: desmonte de iniciativas de equidade e inclusão marca novo mandato (AFP)

Trump: desmonte de iniciativas de equidade e inclusão marca novo mandato (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 14h07.

Última atualização em 22 de janeiro de 2025 às 14h38.

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A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu início ao desmonte de políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) no governo federal. Uma ordem emitida na terça-feira determinou que todos os funcionários envolvidos com essas iniciativas sejam colocados em licença remunerada até as 17h desta quarta-feira, 22, enquanto medidas são tomadas para fechar os escritórios relacionados.

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As ordens de Trump seguem os decretos assinados em seu primeiro dia de mandato. Eles determinam o desmantelamento de programas federais de diversidade e inclusão, que abrangem desde treinamentos contra preconceitos até financiamentos voltados para agricultores e proprietários de imóveis de minorias sociais. O republicano classificou esses programas como “discriminação” e defendeu contratações baseadas estritamente no mérito, segundo informações publicadas pela Associated Press.

Um memorando emitido pelo Escritório de Gestão Pessoal (OPM, na sigla em inglês) orientou chefes de departamentos e agências a planejarem a redução de pessoal ligado a iniciativas de DEI até o final de 31 de janeiro. [Grifar] A orientação inclui a remoção de documentos, publicidade ou diretrizes pendentes que contradigam as novas ordens.

O decreto também exige que agências investiguem, no prazo de dez dias, se programas foram renomeados para disfarçar suas finalidades. Caso isso seja identificado, os responsáveis poderão enfrentar “consequências adversas”.

Investigações e reflexos no setor privado

Na segunda-feira, Trump acusou o ex-presidente Joe Biden de impor programas de “discriminação” em “praticamente todos os aspectos do governo federal”. As medidas anunciadas nesta semana intensificam essa narrativa, prevendo investigações do Departamento de Justiça e de outras agências sobre práticas de treinamento e contratação em empresas privadas. Críticos conservadores consideram essas práticas discriminatórias contra homens brancos e outros grupos não minoritários.

O decreto assinado na terça-feira incentiva o setor privado a “acabar com a discriminação e as preferências ilegais de DEI, cumprindo todas as leis federais de direitos civis”. Embora o governo federal não tenha total controle sobre o setor privado, pode aplicar suas regras a empresas contratantes e subcontratantes que dependem de contratos governamentais.

[Grifar] Em antecipação às novas diretrizes, grandes empresas como Meta e McDonald’s já reduziram suas iniciativas de diversidade e inclusão.

Promessa de campanha e mudanças em passaportes

Trump também reforçou que, em seu governo, “só existirão dois gêneros: masculino e feminino”. Reflexo dessa posição foi a remoção de uma página informativa no site do Departamento de Estado dos EUA, que auxiliava solicitantes a atualizar passaportes com base em sua identidade de gênero. Antes, a página permitia selecionar “masculino (M), feminino (F) ou não especificado (X)” como marcador de gênero no documento. A remoção foi relatada pela BBC na quarta-feira.

Os decretos de Trump dão continuidade ao trabalho iniciado em sua primeira administração (2017-2021), quando proibiu treinamentos contra preconceitos que discutissem racismo sistêmico. Essas medidas foram revertidas por Biden em seu primeiro dia no cargo. No entanto, agora o republicano cumpre sua promessa de campanha, revertendo políticas que ele considera “radicais” e gastos “desperdiçados” em iniciativas voltadas para corrigir desigualdades históricas.

Karoline Leavitt, secretária de Imprensa da Casa Branca, destacou em nota oficial que as novas ordens não deveriam surpreender. Segundo ela, Trump “fez campanha prometendo acabar com o flagelo das políticas de DEI no governo federal e devolver os EUA a uma sociedade baseada no mérito, onde as pessoas são contratadas com base em suas habilidades, não na cor de sua pele”.

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