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Tribunal condena Samsung pela morte por leucemia de duas funcionárias

A decisão ratifica uma sentença de 2011 que considerou 'plausível assumir a correlação entre o trabalho e a leucemia'

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 06h58.

Um tribunal de apelação de Seul confirmou nesta quinta-feira (21) que a Samsung é a responsável pela morte por leucemia de duas antigas funcionárias de suas fábricas de semicondutores na Coreia do Sul, que deverão ser indenizadas.

A decisão ratifica uma sentença de 2011 que considerou "plausível assumir a correlação entre o trabalho e a leucemia, apesar de não haver como verificar médica ou cientificamente como adquiriram a doença".

A sentença ordenou o pagamento de indenização aos familiares das duas trabalhadoras, de sobrenome Hwang e Lee, no primeiro reconhecimento oficial da relação entre as mortes por leucemia na multinacional e a exposição a substâncias cancerígenas em suas unidades. "Durante seu trabalho, Hwang e Lee estiveram expostas a substâncias cancerígenas como o benzeno e a radiação", segundo a decisão do tribunal de apelações de Seul.

Hwang, que trabalhou dois anos em uma das fábricas da Samsung, morreu em 2007 com 23 anos de leucemia mielóide aguda, e Lee, operária da linha de produção da empresa durante uma década, morreu do mesmo tipo de câncer em 2006 com 30 anos.

Em 2009 um órgão público de compensação tinha decidido que a Samsung não era obrigada a indenizá-las, e a família das jovens recorreu. A decisão de hoje não reconheceu a responsabilidade da Samsung por outras três vítimas de leucemia ao interpretar que é pouco provável que tenham sido expostas a substâncias tóxicas.

Em todo caso, a associação SHARP, que representa os afetados, desejou que a sentença de hoje "possa abrir as portas para que outras vítimas consigam o reconhecimento de acidentes de trabalho", disse um de seus porta-vozes.

No final de 2012 a associação estimou que haja 160 vítimas diretas - entre elas 60 mortos - e em 2013 começou a negociar possíveis indenizações com a Samsung.

A empresa sempre defendeu que os estudos epidemiológicos que contratou não mostraram correspondência entre o trabalho e os casos de câncer, embora nestes momentos as negociações continuem e tenha oferecido pagar indenizações em alguns casos.

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