Quem sabe lidar com diferentes perfis e interesses sai na frente na hora de garantir a cadeira de presidente (Dreamstime)
Camila Pati
Publicado em 22 de novembro de 2012 às 14h09.
São Paulo – A demanda por altos executivos tem sido maior nas empresas de capital nacional e com controle familiar. É o que indica a mais nova pesquisa da Page Executive. Enquanto a participação das nacionais nas contratações de altos executivos foi de 54%, as multinacionais responderam por 46%, segundo o estudo. No geral, o crescimento nas contratações foi de 5% na comparação com o ano passado.
Dentro do alto escalão executivo a procura por presidentes é a mais frequente (mais da metade das contratações), segundo a Page Executive. E os CEOs estão sendo mais contratados para trabalharem nas empresas de capital nacional de médio porte, ou seja, com faturamento anual entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões e geralmente com controle familiar.
A participação deste grupo nas contratações de altos executivos foi de 34%, ante 22% em 2011. O volume de fusões e aquisições, bem como a participação de fundos de private equity explica este crescimento na demanda, segundo Fernando Andraus, diretor executivo da Page Executive. “Quando entra um fundo em uma empresa de ambiente familiar geralmente o CEO ou o CFO ou os dois são substituídos”, diz Andraus.
Com a demanda de presidentes em alta nas empresas de médio porte (que geralmente estão se preparando para serem vendidas) algumas características têm sido mais valorizadas na hora de bater o martelo da contratação. Confira quais competências fazem com que executivos saiam na frente durante os processos de seleção.
1 Perfil "mão na massa"
As empresas deste porte geralmente não contam com a mesma estrutura de suporte oferecida por uma multinacional.Por isso é preciso colocar a mão na massa, de acordo com Andraus.
Saber tomar decisões sem a ajuda de detalhados relatórios de gestão, ou ainda assinar contratos sem o apoio uma estrutura jurídica sofisticada são algumas das habilidades necessárias para se dar bem no cargo. “Em companhias médias as decisões são tomadas de forma mais intuitiva”, diz Andraus.
2 Conhecimento em fusões e aquisições
Como existe este forte movimento de fusões e aquisições, os executivos que chegam diante deste cenário precisam estar preparados e conhecerem o assunto a fundo já que, muitas vezes, há mais de uma aquisição em jogo. “Geralmente ele é apontado para uma primeira aquisição e também para outras no futuro”, explica Andraus.
A sua atuação també não para por aí. “Não se limita à aquisição e sim ao processo de integração após a aquisição”, diz Andraus o diretor executivo da Page Executive.
3 Saber lidar com perfis e interesses bem diferentes
Na opinião do diretor executivo da Page Executive esta é a questão mais desafiadora para os CEOs que assumem cadeiras nas empresas de médio porte que passam por fusão aquisição ou mudança societária. “Ele vai precisar lidar com acionistas de perfis e interesses diferentes”, diz Andraus.
De um lado vai se relacionar com executivos de private equity, mais arrojados e de perfil mais técnico. Do outro estão sócios fundadores mais intuitivos e menos técnicos e com uma relação mais emocional com a companhia. “Eu brinco que é como ir da Avenida Faria Lima em São Paulo para o interior do Estado”, diz Andraus.