Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para América Latina e África: “A crescente adoção de IA reflete uma transformação na forma como encaramos o processo seletivo, permitindo maior personalização e otimizando o tempo de todos os envolvidos” (LinkedIn/Divulgação)
Repórter
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 07h30.
Uma nova pesquisa do LinkedIn aponta que a busca por um novo emprego será uma prioridade para 3 em cada 5 profissionais brasileiros em 2025. Apesar do otimismo por novas oportunidades, o levantamento também revela desafios: mais da metade dos(as) entrevistados(as) considera o processo de seleção mais difícil do que no ano anterior, enquanto 40% avaliam que os requisitos anunciados pelas empresas nem sempre são realistas. Além disso, 72% dos(as) profissionais de RH destacam que o mercado se tornou mais competitivo, exigindo novas estratégias para atrair e reter talentos.
A intenção de buscar novos desafios varia entre as gerações. Jovens da Geração Z lideram com 68% planejando procurar outro emprego, seguidos pelos Millennials (65%), Geração X (51%) e Boomers (41%). Apesar do entusiasmo, muitos profissionais enfrentam obstáculos durante o processo de seleção. Segundo o estudo, 62% afirmam que recrutadores(as) raramente fornecem respostas claras sobre o status das candidaturas, o que leva 42% dos(as) candidatos(as) a se inscreverem em mais vagas como estratégia.
Essa prática tem impactos diretos no trabalho dos(as) recrutadores(as). De acordo com o levantamento, 35% gastam entre 3 e 5 horas diárias analisando currículos, sendo que 81% afirmam que menos da metade das candidaturas atendem aos requisitos. Para Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para América Latina e África, esse descompasso resulta em frustrações para ambos os lados.
“Precisamos ajudar as pessoas a serem mais estratégicas em como contratam e são contratadas. Inclusive, na forma como anunciamos as vagas, já que 36% dos(as) profissionais relatam dificuldade em avaliar se uma oportunidade é compatível com suas qualificações”, destaca Beck.
Um dado curioso é que 17% dos(as) candidatos(as) não avaliam se suas habilidades são compatíveis com a vaga antes de se candidatar, enquanto 26% dedicam menos de 10 minutos a essa análise. Isso pode estar relacionado à percepção de que boas indicações são mais relevantes do que competências: 85% dos entrevistados(as) acreditam que um networking forte tem mais peso do que as qualificações técnicas.
A pesquisa também revela a ascensão do uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) na busca por emprego. Atualmente, 43% dos(as) profissionais utilizam IA para personalizar currículos e cartas de apresentação, com adesão maior entre Millennials (49%) e Geração Z (47%). Em contraste, apenas 26% dos Boomers utilizam essas ferramentas. Além disso, 56% dos(as) entrevistados(as) planejam aprender a usar IA para otimizar suas candidaturas em 2025, com mulheres e a Geração X liderando essa intenção (58%).
“A crescente adoção de IA reflete uma transformação na forma como encaramos o processo seletivo, permitindo maior personalização e otimizando o tempo de todos os envolvidos”, afirma Beck, que reforça que a tecnologia facilita o foco no desenvolvimento de habilidades alinhadas aos valores e interesses de carreira de cada profissional.