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Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - O analista de sistemas Ricardo Calvo Rodrigues, de 28 anos, foi à Campus Party, feira de tecnologia realizada em janeiro, para assistir a palestras e rever amigos que conheceu na edição anterior do evento. Pelo Twitter, leu que a Telefônica estava contratando. Incentivado por colegas, deixou o currículo no estande da empresa. No segundo dia do evento, recebeu mais uma mensagem pelo Twitter. Um representante da companhia queria conversar com ele ali mesmo, durante a feira.
Chamou a atenção dos recrutadores o fato de Ricardo, apesar de jovem, ter mais de dez anos de experiência profissional e conhecer várias linguagens de programação. Dez dias após deixar o currículo na Campus Party, ele estava contratado para o posto de analista de sistemas da Telefônica. “Foi tudo muito rápido, me surpreendi. Não fui à feira com a intenção de conseguir um novo trabalho”, diz ele. O caso de Ricardo não é um evento isolado.
Com o gargalo de mão de obra qualificada na área, esses eventos são uma ótima oportunidade para você conhecer recrutadores de grandes empresas e ampliar sua rede de relacionamentos. Mais empresas têm se dado conta de que essas feiras reúnem os melhores talentos na área de tecnologia. “Ali pode estar o criador do nosso Facebook ou do nosso Google”, diz Françoise Trapenard, diretora executiva de recursos humanos da Telefônica.
Mas as organizações precisaram inovar na estratégia para identificar os candidatos mais interessantes. “Esses jovens costumam manter blogs de tecnologia ou desenvolver aplicativos nas horas vagas, coisas que, em muitos casos, exigem um conhecimento profundo, porém, eles fazem por diversão”, diz Maria de Fátima Albuquerque, diretora de relações humanas da Totvs.
Para atrair a atenção dos participantes da Campus Party, a Telefônica divulgou palestras e vagas pelo Twitter e pelo Facebook. Além disso, funcionários do Centro de Inovação da companhia foram trabalhar nas bancadas da feira, como qualquer “campuseiro”. Eles atuavam como olheiros e puxavam conversa com candidatos potencialmente interessantes para completar a equipe. “Foi um jeito de conhecer as pessoas de uma forma mais espontânea, sem dissimulações, porque elas não sabem que estão sendo avaliadas”, diz Benedito Fayan, diretor do Centro.
Portanto, quando frequentar eventos desse tipo, fique ligado nos recrutadores de grandes companhias. Eles podem ser identificados pelo crachá ou então pelas perguntas que fazem. A Vivo costuma enviar seus olheiros para esses eventos só à noite. “É o melhor horário para interagir com os jovens, pois estão mais relaxados. As pessoas ficam jogando ou fazendo downloads, por isso é o período mais descontraído para você se aproximar da tela do cara, ver no que ele está trabalhando e começar a conversar”, diz o engenheiro Clécio Marquetti, um dos olheiros da empresa.
Durante a conversa, esses recrutadores, apelidados de “evangelizadores”, têm a missão de falar sobre a companhia e inspirar os possíveis candidatos a pensar na possibilidade de trabalhar na empresa. Portanto, adicione os eventos ao seu calendário online, atualize o currículo e boa sorte.