São Paulo - As diferenças na preparação das seleções brasileira e alemã para disputar a Copa do Mundo ficaram evidentes. Do lado alemão, o treinamento coletivo que alcança resultados. Do brasileiro, o improviso e o talento individual como grande salvação do time.
Os dois modelos de treinamento e comportamento (da equipe alemã e do time do Brasil) inspiraram o professor Marcelo Hugo da Rocha, autor das coleções “Passe na OAB” e “Passe em Concursos Públicos”, a comparar diferentes táticas de estudo e atitudes de quem sonha com a carreira pública. Confira o perfil do concurseiro “germânico” e o do “brasileiro”.
As táticas “alemãs” de estudo
1. Apreender com a derrota
Em 2002, os alemães perderam para o Brasil na final da Copa do Mundo. Em 2006, foi a terceira colocada, quando sediou a Copa de 2010. Também não conquistou a última Eurocopa. Fracassos? Aprendeu com todos eles, mas sem desistir do seu técnico.
Quem estuda para concursos públicos também precisa estar preparado para aprender com erros e reprovações. É raro conseguir sucesso logo na primeira tentativa. Existem casos? Sim, mas são poucos.
2. Valorizar o coletivo
“O conjunto sempre foi o mais importante para os alemães”, diz o professor sobre o comportamento dos jogadores daquele país, antes e durante a Copa.
Para os concurseiros, valorizar o coletivo pode ser entendido de duas maneiras, segundo o professor: estudar o conjunto das matérias, sem deixar nenhuma de lado, ou também apostar na diversidade de métodos de estudo.
Resolver questões, escolher cursos preparatórios, assistir a videoaulas, ler livros e apostilas. As opções são várias e vale experimentar cada uma delas para perceber o método mais adequado para cada um.
3. Treinar, treinar e treinar
Os alemães “estudaram” seus adversários e por isso estavam muito bem preparados para enfrentá-los.“O treino, a resolução de questões de provas anteriores é fator indispensável para quem pretende vencer a candidatos que disputam a sua Copa concurseira”, diz Rocha.
Resolver questões de provas anteriores, pesquisar os membros da banca, examinar editais e programas anteriores e comparar com o que realmente cai em prova é a melhor estratégia para conhecer o “adversário”.
As táticas “brasileiras” de estudo
1. Deu errado? Desista e comece do zero
No Brasil, os técnicos de futebol que perdem são logo jogados para escanteio. Em pouco mais de 4 anos, Dunga, Mano Menezes e Felipão passaram pelo comando da seleção. Nenhum deles foi mantido, diferentemente da seleção alemã que não desistiu do projeto mesmo frente a derrotas dolorosas.
O concurseiro que seguir “à maneira da seleção brasileira” vai pulando de concurso em concurso e desistindo de carreiras. Cada reprovação marca o fim de um projeto e o início de uma nova aposta, de uma nova escolha, um novo concurso.
2. Valorização dos “craques”
Nossas seleções sempre estiveram ancoradas em grandes craques. Romário e Bebeto em 1994, Ronaldo e Rivaldo em 2002, para citar os mais recentes.
Os craques, no mundo dos concursos, seriam aquelas matérias em que o concurseiro tem mais domínio e gosta de estudar. “Muitos estudam suas disciplinas preferidas na tentativa de compensar a falta de domínio e pontuação nas outras matérias na hora da prova”, diz Rocha. Não diversificar métodos de estudo também entra nesta comparação, segundo o professor.
3. Improviso
A falta de planejamento tático da seleção brasileira durante a Copa do Mundo foi um dos pontos mais criticados. Principalmente nos dois últimos jogos, cada jogador da equipe tentava resolver o jogo do seu jeito, com a sua jogada.
Sem planejamento, o humor é que dita o ritmo. Em vez de criar um plano dividindo matérias pelos dias disponíveis para estudar levando em conta o peso delas na pontuação, o concurseiro “à brasileira” estuda o que tem vontade e por quanto tempo quer.
“Não monta organograma e segue improvisando”, diz Rocha. Na hora da prova mais improvisação, ou seja, aquela “estratégia” que já no nome traz o mundo da bola: chutes.
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1. No topo da lista de aprovados
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1/8 (Getty Images)
São Paulo - Se conseguir a aprovação em um
concurso público já uma grande alegria, imagine conquistar a vaga e ser classificado em primeiro lugar? Este foi o feito destes concurseiros. No topo da lista de aprovados de concursos como o da
Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Tribunal Regional do Trabalho, do Tribunal Regional Federal, da Receita Estadual do Rio de Janeiro, Petrobras e
Ministério da Fazenda, estes concurseiros revelam como foi o tempo de preparação e quais foram as melhores táticas de estudo no caso deles. Clique nas fotos, confira o que eles disseram e que serve de inspiração para quem ainda está na trilha rumo aprovação:
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2. João Renda Fernandes: 1º lugar no concurso de juiz do Trabalho no TRT 18ª região
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2/8 (Divulgação/João Renda)
Assim que se formou em Direito, João Fernandes já começou a se dedicar aos estudos para concursos públicos. Foi advogado concursado do IRB-Brasil Resseguros e do SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados. Foi aprovado em outros concursos, mas não assumiu, como o de advogado da Petrobras Distribuidora e da Dataprev, conta. Em 2009 assumiu como oficial de Justiça Avaliador, no TRT da 1ª Região, onde trabalhou 4 anos. Para concursos de juiz do trabalho, a preparação foi de dois anos, mas a bagagem dos concursos anteriores ajudou muito, diz. Mas, como também trabalhava, não ficava estudando por horas a fio. “Mas sempre procurei manter o estudo e a atualização jurídica como elementos constantes e regulares em minha vida”, diz. Estudava em bibliotecas e em ambientes tranquilos. “Procurava esquecer o mundo externo, em especial o celular, durante as horas de estudo para aproveitar ao máximo os momentos de concentração”, conta. Também frequentou o curso preparatório Toga, no Rio de Janeiro, durante um ano e meio. A tática de fazer resumos o ajudou bastante. “Sobretudo em momentos nos quais era necessário fazer uma breve revisão”, diz. Realizar provas de concurso trouxe lições essenciais, diz Fernandes. “Cada questão que erramos e cada etapa não superada representam um aprendizado. Tirei muitas lições também nas reprovações”, diz. Dificuldades no caminho? Muitas, diz ele. “Nas sábias palavras de Fernando Pessoa: pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo”, cita.
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3. Ricardo Pereira: 1º lugar em concurso de agente da PRF
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3/8 (Divulgação)
As carreiras policiais sempre foram a paixão profissional de Ricardo Pereira. Ele conta ter se preparado por três anos e meio até ser aprovado em 1º lugar no concurso de agente da Polícia Rodoviária Federal, em 2013. “O tempo que realmente tinha para estudar ao longo do dia girava em torno de 4 a 5 horas”, diz ele, que dividia o tempo entre trabalho e estudo. Com isso, Pereira procurava aproveitar ao máximo o tempo disponível: “ouvia a matéria em mp3 durante deslocamentos e lia os resumos que fazia no intervalo de almoço”. À noite, lia livros, apostilas e assistia a videoaulas. Aluno do curso online Agora Eu Passo, Pereira destaca o planejamento como um fator incontroverso para seu sucesso. “Devem ser estabelecidos objetivos de curto, médio e longo prazo, ou seja, as matérias, capítulos, exercícios que deverão ser estudados semanalmente, mensalmente e semestralmente”, explica. Para isso ele elaborou uma planilha de estudos. “Encaixava 2 a 3 matérias por dia, de acordo com a necessidade, e assistia a 2 ou 3 videoaulas de 30 minutos cada”, conta. Reservando uma hora a uma hora e meia para cada matéria, Pereira separava ainda 15 minutos iniciais para as revisões dos pontos estudados anteriormente e um tempo final para resolver questões.
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4. Érico Teixeira: 1º lugar como juiz do TRF
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4/8 (Divulgação/Érico Teixeira)
A preparação de Érico Teixeira, aprovado em primeiro lugar no concurso de juiz do TRF 2ª Região, em 2003, começou desde os tempos da faculdade. “Antes de ser aprovado na magistratura federal, fui aprovado em outros concursos, como técnico judiciário do TJRJ, advogado da FINEP e procurador federal da AGU”, diz. Além do tempo de faculdade, foram mais 4 anos de estudo. “Especificamente para a magistratura federal, estudei por um ano. Mas já havia toda uma base da preparação anterior para outros concursos da área jurídica”, conta. Ele estudava diariamente e acredita que o mais importante é que o candidato tenha rotina de estudos. Durante a preparação,eram de duas a três horas por dia. Após ser aprovado para a segunda e terceira fases do concurso, estudava todo o tempo disponível. “Aí são 6, 7, 8 horas por dia”, diz. Fez cursos preparatórios, aos sábados, porque trabalhava durante a semana. “Sim, é possível trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Dos cursos que fiz, para a magistratura federal, destaco o Ênfase, que me ajudou muito, principalmente na preparação para a prova de sentença”, diz. Segundo ele, que hoje é também professor do Ênfase, o concurseiro deve elaborar um plano de estudos, a partir do tempo que tem disponível para estudar. “É importante estudar todas as matérias. Outro ponto que me ajudou foi estudar através de resumos e anotações de aulas”, conta. Seu maior segredo para passar? “Estudar com frequência, sempre, e de forma contínua”, diz.
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5. Marcelo Ferreira: 1º lugar no concurso de técnico de administração da Petrobras
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5/8 (Galdieri/Bloomberg)
Por dois meses, Marcelo Ferreira estudou oito horas por dia para se preparar para o concurso de técnico de administração e controle pleno da Petrobras. Deu certo, e ele foi aprovado em 1º lugar em 2010. Sua tática de estudo era ancorada na elaboração de resumos de tópicos do conteúdo programático do concurso e na resolução de muitas questões de provas anteriores e simulados. Atentar ao edital também é essencial. “No meu caso, pude focar mais nas matérias específicas e um pouco menos nas básicas, já que estas só seriam de caráter eliminatório e aquelas eram classificatórias”, diz. Estratégia para resolver a prova é outro conselho de Ferreira. “É decidir se é melhor pular as questões que gastariam mais tempo para resolver e voltar depois de verificar todo o caderno de provas, ou fazer em sequência”, diz. Para ele, a tática foi a de pular e retornar depois. Atualmente, Ferreira continua estudando para concurso público, com a ajuda do site Questões de Concurso.
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6. Rafael Gomes : 1º lugar no concurso de agente administrativo da PF
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6/8 (Divulgação/Rafael Gomes)
Foram três anos de preparação até a aprovação em 1º lugar no concurso de agente administrativo da Polícia Federal de 2014, conta Rafael Gomes. E não foi fácil, diz ele, já que teve que correr trás do tempo perdido. “Foi mais difícil no começo, pois havia abandonado os estudos no primeiro ano do ensino médio, depois, só concluí com exame supletivo”, conta. Estudava, em média, de três a quatro horas por dia, porque tinha tempo disponível apenas de noite, após o trabalho. “Só houve um período em que fiquei desempregado durante oito meses ,em 2012, nessa época, estudava de 10 a 12 horas por dia”, diz. Chegou a frequentar cursos preparatórios presenciais, por seis meses em 2011. E depois seguiu estudando com a ajuda de sites de videoaulas, como o Concurso Virtual e do site Questões de Concursos para resolver exercícios. “A tática que utilizei foi sempre estudar a teoria, fazia anotações e revisava sempre que podia; depois resolvia diversas questões de provas anteriores; e retornava à teoria sempre que errava ou tinha dúvida em alguma questão”, conta Gomes que diz ter feito um plano de estudos para saber quais matérias estudar por dia e por quanto tempo. Foco, disciplina, persistência, dedicação e fé completaram a sua receita de sucesso.
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7. José Ailton dos Santos: 1º lugar no concurso de assistente do Ministério da Fazenda
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7/8 (Divulgação/José Ailton dos Santos)
Em 2011, José Ailton dos Santos decidiu que não seguiria carreira como professor, estudaria para concursos públicos. Licenciado em matemática, ele fez sua primeira prova de concurso em 2012 e não passou. “Mas nem por isso parei de estudar. Eu tinha certeza de uma coisa: iria ser aprovado, mesmo que demorasse um pouco mais”, diz. No começo deste ano, se inscreveu para o concurso de assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda e foi aprovado em primeiro lugar. Trabalhando 44 horas semanais, Santos utilizava todo o tempo livre para estudar. “Montei um plano de estudo por disciplinas, segundo a quantidade de questões da prova, o peso de cada matéria e a dificuldade que tinha em cada disciplina”, conta. A teoria aprendia com videoaulas e resolvia questões com a ajuda do site Questões de Concursos. “No último mês da prova, respondia, ao menos, 100 questões diárias. Realizava simulados no site e tirava as dúvidas com os comentários dos colegas e professores”, diz. A felicidade de ver seu nome no topo da lista de aprovados no Diário Oficial da União trouxe a certeza de estar no caminho certo, a trilha não acaba aqui: “estou apenas começando, continuarei estudando, tenho novos concursos à vista.”
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8. Agora veja apps para concurseiros
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8/8 (Getty Images)