Paula Esteves, CEO e fundadora da WorkLover: Quando as pessoas decidem traçar objetivos para o novo ciclo, elas são motivadas pela recompensa (cyano66/Thinkstock)
Redação Exame
Publicado em 29 de julho de 2024 às 11h18.
Por Paula Esteves, CEO e fundadora da WorkLover
Em meio a uma rotina agitada em um mundo com uma carga de informações enorme, é difícil conseguirmos dar conta de tudo — inclusive daquelas metas que traçamos no começo do ano. O tempo vai passando, a correria vai drenando as nossas forças e, quando nos damos conta, estamos sem ânimo para perseguir aquelas resoluções que, lá atrás, nos motivaram.
Se esse é o seu caso, eu tenho uma notícia que pode ajudar: ainda dá tempo de mudar o jogo, basta colocar sua energia no lugar certo. Neste caso, no desenvolvimento de hábitos.
Quando as pessoas decidem traçar objetivos para o novo ciclo, elas são motivadas pela recompensa, ou seja, elas imaginam como vão se sentir realizadas quando concluírem a meta, e isso dá aquela energia para cumprir os compromissos. Só que, na hora de colocar a mão na massa de verdade, tem outro fator que pesa na balança: o esforço necessário para transformar o planejamento em realidade.
Segundo um estudo publicado na revista científica Behavioural Brain Research, a relação entre o esforço e a recompensa de se alcançar uma meta impacta no resultado. É como se o nosso cérebro colocasse em uma balança quanto “custa” chegar a um objetivo e quais benefícios essa conquista trará para, assim, avaliar se o esforço compensa. Se a meta parece muito trabalhosa para uma baixa recompensa, pode ser que venha aquele desânimo e o plano inicial fique para trás.
Por isso, redirecionar a nossa atenção para o desenvolvimento de hábitos é uma boa saída.
Vamos considerar um exemplo simples como ler 24 livros em um ano. Na hora que a pessoa traçou esse objetivo, estava toda empolgada com seus novos exemplares e animada com o conhecimento que iria adquirir. Só que o primeiro semestre se foi e somente quatro livros foram finalizados. Diante desse cenário, alcançar a meta parece mais trabalhoso do que previsto anteriormente.
Em vez de focar apenas no número 24, a sugestão é pensar em hábitos que podem ajudar a melhorar o ritmo de leitura, como estabelecer um horário do dia para ler entre 15 a 30 minutos. Outra ideia é desenvolver o costume de levar um livro com você, assim, quando surgir um tempo livre na sala de espera de um consultório, por exemplo, é possível avançar algumas páginas. Dá também para diversificar o formato, criando o hábito de consumir audiobooks.
No caso de uma meta profissional, é a mesma coisa. Suponha que seu objetivo seja fazer uma especialização, mas não conseguiu colocar essa ideia em prática até agora porque conciliar trabalho e estudo parece demandar muito esforço.
Em vez de focar diretamente no curso, liste hábitos que gradualmente ajudam a se aproximar desse objetivo. Por exemplo, você pode reservar uma hora todas as noites para estudar o material das aulas — separar um tempo específico em sua rotina contribui para manter um ritmo constante de progresso.
Outra ideia é participar ativamente dos fóruns e grupos de discussão online relacionados à especialização, o que é bom para tirar dúvidas, trocar experiências e aprender com colegas. De quebra, você ainda amplia seu network.
Mais uma sugestão é criar o hábito de compartilhar seu conhecimento no trabalho e aplicar o que está aprendendo no dia a dia. Isso pode ajudar a reforçar o novo conhecimento adquirido e tornar o aprendizado mais prático. Estabelecer objetivos menores, como completar um módulo ou capítulo por semana também pode ajudar a manter a motivação e tornar a meta final menos intimidante.
Esse tipo de estratégia é uma forma de tornar aquele objetivo que, hoje, parece um desafio impossível em uma série de hábitos factíveis. Por isso, tente essa abordagem antes de desistir das suas metas para 2024.