Carreira

Vamos olhar para o novo de maneira curiosa, não resistente?

Quem não quer perder a validade no mundo corporativo ouve sugestões e olha para o que os mais jovens têm a dizer

Ilustração - Comportamento no trabalho (Mariana Coan/EXAME.com)

Ilustração - Comportamento no trabalho (Mariana Coan/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 19h10.

São Paulo - Meu trabalho é basicamente convidar homens e mulheres a trocar de hábitos, renovar conceitos e atitudes. Não é uma tarefa fácil. A maioria de nós repete comportamentos quase que automaticamente, sem pensar.

A cada dia que passa, preciso afiar mais e mais meus argumentos e ser muito boa em persuasão. Noto uma exacerbada preocupação dos ocidentais com a preservação da juventude. Rios de dinheiro são gastos com procedimentos cirúrgicos com a finalidade de melhorar a estética, de apagar rugas e demais marcas do tempo.

Deveríamos nos preocupar na mesma medida com a velhice de alma, porque essa nos faz resistentes a tudo o que é novo, faz com que nossos olhos percam o brilho que só a curiosidade lhes aufere. No universo corporativo, a resistência é igualmente grande, e a síndrome de Gabriela impera — eu nasci assim, eu cresci assim, aprendi assim, me aposento assim...

Pouca idade ou pouca experiência não necessariamente significam ausência de conhecimento e de capacidade de boas sugestões. O olhar daquele jovem que acabou de chegar à empresa ainda não é viciado nem foi contaminado pelos processos que existem e que acabam por fazer com que os mais experientes acreditem que tudo o que é novo é difícil.

Aquele que não quer envelhecer profissional e pessoalmente é um fiscal atento de suas atitudes o tempo todo e quem não quer perder a validade ouve as sugestões e olha para o que é novo de maneira curiosa, e não resistente.

Cada vez mais vejo as empresas incentivando seus empregados a participar do processo de gestão, com sugestões de melhorias e de mudanças: do alto escalão executivo ao grupo de profissionais que trabalham nas funções operacionais.

E as ideias surgem, vindas de todos os níveis funcionais. A pena é que boas ideias acabam não sendo implantadas ou aproveitadas por causa da resistência daqueles que têm experiência e muito tempo de casa.

Minha sugestão aos mais experientes é que abram mais sua cabeça, seus ouvidos e seu coração ao que os mais jovens têm a dizer. De repente, uma dessas sugestões vai impulsionar sua função ou seu projeto na empresa, fazendo com que você ganhe evidência e reconhecimento.

Para os mais jovens, fica o lembrete: Rome wasn’t built in a day (“Roma não foi construída em um dia”), diz uma música de que gosto muito.

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