Carreira

Seja você mesmo para achar o emprego perfeito

O que as companhias mais procuram nos candidatos e como entrar em uma das 30 melhores

Ilustração - Candidato perfeito (Denis Freitas/EXAME.com)

Ilustração - Candidato perfeito (Denis Freitas/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 18h44.

São Paulo - Seja você mesmo. Sim, o conselho parece vago. Mas, pode ter certeza, é o que as empresas querem dos jovens que batem à sua porta atrás de uma oportunidade profissional. E, pensando bem, não há nada mais fácil do que ser você mesmo.

Como diz a diretora de recursos humanos do Google para a América Latina, Mônica Santos: “Quem tenta ser o que não é tem grande chance de terminar contratado para trabalhar onde não gostaria. O jovem precisa buscar a organização que tem a ver ele”.

No discurso dos RHs das melhores empresas para começar a carreira, a empatia entre jovem e organização, ou fit, como se diz no jargão de recursos humanos, se dá pelo alinhamento de valores. De acordo com a diretora de desenvolvimento da Cia de Talentos, Sandra Cabral, a sustentabilidade dos negócios no longo prazo depende desse alinhamento dos funcionários à cultura corporativa.

A felicidade do jovem no trabalho também. Por isso, ele precisa ter consciência das escolhas que faz. “Há aqueles que se inscrevem em tudo quanto é programa de seleção para ver no que vai dar, mas essa é uma atitude de quem entra no processo sem conhecer a organização, o ambiente e o negócio em que quer estar”, afirma Sandra.

Olhar para o ambiente no qual quer atuar faz parte de um amplo exercício de autoconhecimento e exige ser sincero consigo mesmo. “Quem não tem um perfil mais agressivo não tem o que fazer numa mesa de negociações de um banco de investimentos. Ao analisar uma oportunidade, o jovem deve se perguntar se está pronto para um ambiente competitivo ou se prefere algo mais tranquilo”, diz Sandra.

A mesma reflexão pessoal vale para as etapas presenciais dos processos seletivos. Hoje, a tecnologia está cada vez mais presente nos processos de estágio e trainee, tanto na sua divulgação quanto na escolha dos candidatos. Com tradição de palestrar em universidades, para apresentar a empresa e se aproximar dos jovens, a DuPont acabou de criar uma página no Facebook especialmente para o lançamento, este ano, de seu programa de trainees.

Já a Dow, cujo programa de trainees existe desde 2008 e já recebeu 200 jovens — empregando, efetivamente, 98% deles ao final do programa —, usa plataformas online para testes de inglês, raciocínio lógico e conhecimentos gerais, que acontecem antes das dinâmicas e entrevistas. Como consequência do uso mais intensivo da tecnologia, porém, as etapas presenciais tendem a assustar cada vez mais os candidatos.

Prepare-se para se expor

“E ntrevistas e dinâmicas são situações de tensão, respire e se envolva ao máximo. Se o gestor não for claro, pergunte, peça para ele explicar de novo”, aconselha Sandra, da Cia de Talentos. “Nas entrevistas, procuramos conhecer o momento da pessoa, como pensa, como age e o que a motiva”, diz Cláudia Pohlmann, diretora de RH da DuPont do Brasil, que ingressou na companhia como estagiária.

Sendo assim, se exponha, mas sem forçar nenhuma situação. “É falsa a premissa de que passa na entrevista quem fala muito. O que se observa é a contribuição que o jovem faz, por isso não adianta falar muito, repetindo o que outros já disseram”, acrescenta Sandra.


Para se preparar para as perguntas comportamentais, pense nas experiências e realizações que teve na vida. No Google, por exemplo, são quatro os atributos exigidos dos funcionários: liderança, habilidade cognitiva, conhecimento técnico e googlyness — como chamam o alinhamento à cultura.

“Como um jovem vai demonstrar liderança sem ter experiência profissional anterior? Bom, ele foi capitão do time? Montou uma banda? Organizou o diretório acadêmico da universidade?”, indica Mônica Santos, a diretora de RH da companhia.

Novidades na seleção

E ntre as novidades dos processos seletivos, Sandra Cabral, da Cia de Talentos, aponta os programas de âmbito regional, que estão deixando de ser tendência para se tornar realidade.

Na Chemtech, a Maratona de Engenharia é uma disputa tecnológica aberta a alunos de instituições do Brasil, da Argentina, do Chile, da Colômbia, do México e do Peru. “Este ano, o tema é projetar uma plataforma para o pré-sal”, conta Mauro Peixoto, gerente de RH da empresa.

A Chemtech dá treinamento de três a quatro meses aos jovens inscritos na maratona e as duplas que forem se saindo melhor no cumprimento das tarefas e nas avaliações vão para a final com seus professores orientadores. Os vencedores levam prêmios como iPads, netbooks e iPods, e a possibilidade de fazer estágio na companhia.

Outra novidade no mercado é buscar profissionais nos MBAs, como faz o Google no programa Summer Job, destinado a latinos que estão estudando nos Estados Unidos e na Europa. Eles passam por seleção e são contratados para trabalhar no Google por cerca de dez semanas, durante as férias de verão do MBA. Em 2011, o programa abriu quatro vagas. Para este ano, são dez.

Mas... E se depois disso tudo você chegou à final e não ganhou a vaga? Calma. Não há motivos para desanimar. “Temos caso de candidato que participou de dois processos, foi para um cadastro reserva e acabou entrando na empresa numa terceira seleção”, diz Cláudia, da DuPont.

“Quando faz a avaliação final para um programa de trainee, por exemplo, a companhia está buscando trainees, é claro, mas também está atenta se o jovem pode se encaixar em alguma outra vaga, como a de analista”, diz Saandra, da Cia de Talentos. “Ou seja, ele sempre pode receber proposta para entrar na organização por outra porta”, diz a especialista.

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