Carreira

Ser gerente está sendo infernal mas há uma boa notícia

Gerenciar neste momento não tem sido nada fácil para o profissional. Mas há uma luz no fim do túnel se você aguentou o tranco

Pesadelo: gerente tem que trabalhar como diretor e muitas vezes ainda ganha como supervisor (Gearstd/Thinkstock)

Pesadelo: gerente tem que trabalhar como diretor e muitas vezes ainda ganha como supervisor (Gearstd/Thinkstock)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 15h00.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h06.

São Paulo – O movimento de horizontalização nas empresas corta níveis hierárquicos e elimina camadas de gestão. A crise acelerou esse processo, mas ele já dava sinais há uma década. Um milhão de postos de gerentes e supervisores foram cortados no Brasil, segundo divulgou o jornal Folha de São Paulo, com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

“Antes você tinha analistas, supervisor, gerente. Muitas empresas demitiram e fizeram a fusão de posições”, diz Ricardo Basaglia, diretor da Michael Page. Não é de se estranhar que gerenciar neste momento não tem sido nada fácil para o profissional: entregar resultados, sem ter como dar contrapartida à equipe, diante de sucessivas más notícias.

Com a turbulência econômica acentuada dos últimos três anos, Basaglia diz que muitas empresas ativaram o que ele chama de “modo de sobrevivência”: trabalhar com o mínimo de recursos. Mas isso trouxe consequências que estão sendo diagnosticadas agora:

“As empresas não estão preparadas para crescer de modo ágil com a retormada”, diz ele.

A segunda consequência, diz ele, é ligada ao estado dos recursos humanos: “Quando você opera no modo de sobrevivência você leva as pessoas ao limite”, diz ele.

Basta andar pelas empresas para perceber que em grande parte delas os times enxutos estão sobrecarregados. “E mais operacionais do que eram antes”, diz.

E como escreveu o presidente da Produtive Rafael Souto na plataforma pulse: vale lembrar que os gerentes que precisam realizar as complexas metas das empresas não têm os salários e bônus dos diretores, estão longe do topo. “Estão expostos a todas as trovoadas do negócio e com menos blindagem do que os diretores”.

Este primeiro semestre será ainda mais desafiador para as equipes o que explica a maior contratação de gerentes e supervisores nos últimos quatro meses, diz Basaglia. “ Todos estão correndo para entregar resultados agora porque tem a eleição no segundo semestre”, diz.

Mas há uma boa notícia para quem conseguiu aguentar o tranco

“Esses gerentes que conseguiram operar no limite, com a retomada do mercado, devem ter chances de receber aumento. Promoção de cargo, vão ser buscados pelo mercado de trabalho”, prevê.

Vai se dar bem quem reunir um conjunto de competências que permita explorar as oportunidades que virão, diz o especialista.

Visão de negócios, resiliência, criatividade, liderança inspiracional são as habilidades necessárias agora e vão ganhar ainda mais destaque, segundo Basaglia. O foco no desempenho será crucial

Três pilares devem estar na mente da liderança que vai se dar bem, afirma:

  • Desenvolver (urgentemente) bom entendimento tecnológico, sobretudo das ferramentas de análise de dados e de comportamento do consumidor/cliente, extraindo o melhor da relação homem-máquina.
  • Liderança inspiradora para conseguir resultados melhores, resgatar a motivação do time e engajar todos no mesmo objetivo.
  • Recrutar pessoas. "Até outros gestores", diz.
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