Rafael Fabiano Arroyo, head de RH da Amazon Brasil: “A Amazon Brasil possui autonomia para continuar promovendo a diversidade. É um compromisso nosso” (Amazon Brasil/Divulgação)
Repórter
Publicado em 5 de março de 2025 às 11h10.
Última atualização em 5 de março de 2025 às 11h48.
A Amazon Brasil está retomando as atividades 100% no regime de trabalho presencial a partir deste ano, seguindo a diretriz global. A operação brasileira da varejista, que comporta hoje mais de 18 mil funcionários, tem essa mudança no regime de trabalho como um dos movimentos este ano.
"A orientação que temos é o retorno ao escritório, mas respeitamos casos específicos e a capacidade dos espaços. A transição foi comunicada ao longo de um ano, começando com três dias presenciais por semana, até chegar à orientação atual de cinco dias", afirma Rafael Fabiano Arroyo, Head de People da Amazon Brasil.
Para Arroyo, o regime presencial, apesar de dividir opiniões, tem suas vantagens. "A sinergia no escritório é maior. A interface entre as pessoas favorece a inovação e a tomada de decisão mais rápida, evitando agendas lotadas de reuniões virtuais que, muitas vezes, são mais exaustivas", afirma.
No entanto, Arroyo reforça que o home office ainda é possível em casos necessários. "Nosso CEO global deixou claro na carta que a possibilidade de home office não acabou. Se houver necessidade, é uma questão a ser alinhada entre funcionário e gestor."
Com a previsão de expansão acelerada, o outro movimento da Amazon Brasil que já foi aprovado é a abertura de 480 novas vagas este ano, abrangendo diversas áreas como tecnologia, finanças, supply chain, marketing e recursos humanos.
"Vamos crescer bastante no Brasil e isso significa novas oportunidades. A Amazon busca profissionais que tenham interesse em compreender o funcionamento do varejo no Brasil e globalmente, além de atuar com inovação", afirma Arroyo.
Diferente de empresas que contratam especialistas focados apenas em uma área, a Amazon Brasil faz diferente: o foco é valorizar profissionais que tenham visão holística do negócio, independente da formação.
"Sempre tivemos essa cultura. Na Amazon, não importa tanto a sua formação acadêmica, mas sim seu potencial e alinhamento com nossos princípios de liderança", afirma Arroyo. Ele cita exemplos de profissionais com trajetórias atípicas que hoje ocupam cargos estratégicos na companhia.
Mesmo com declarações de empresas americanas revertendo suas políticas de diversidade, a Amazon no Brasil manterá a aposta na diversidade em seu time.
“Enxergamos a diversidade como um compromisso de longo prazo e a empresa no Brasil possui autonomia para continuar promovendo diversidade”, diz o executivo.
Entre as metas e iniciativas mencionadas, Arroyo destaca que existe a meta de chegar a 50% das posições de operação e liderança ocupadas por mulheres no Brasil. “Embora ainda não tenham atingido essa meta, estão avançando nesse sentido, por meio de comitês e grupos de afinidade organizados pelos próprios funcionários”, afirma.
Quando o recorte é PCD, a meta da Amazon Brasil é chegar a 5,5%, ultrapassando a exigência legal. Além disso, a empresa busca aumentar a representatividade negra na liderança, com metas específicas para os próximos anos, como 30% para líderes de operação.
A empresa investe fortemente em tecnologia para melhorar a experiência dos funcionários, segundo Arroyo.
"Lançamos o My HR, um assistente virtual com inteligência artificial para agilizar solicitações de RH, reduzindo filas e otimizando a resolução de problemas". Outra ferramenta, o Cedric, auxilia no planejamento e gestão de recrutamento e seleção.
A Amazon busca se manter competitiva no mercado e atrair e manter os melhores talentos com um pacote de benefícios robusto. "Oferecemos compra de ações para especialistas e líderes, proporcionando uma rentabilidade financeira diferenciada aos funcionários", conta Arroyo.
A empresa também possui incentivo para fertilização assistida, descontos Amazon em compras no site da empresa, previdência privada competitiva e suporte psicológico, financeiro e jurídico. "Temos canais de atendimento para quem precisa de apoio em momentos difíceis, como processos de divórcio, dificuldades financeiras ou problemas de saúde mental", afirma o executivo que reforça que a empresa oferece também assistência a filhos com deficiências e à adoação.
Quanto à qualificação, a Amazon oferece treinamentos internos e suporte para aprendizado de idiomas, com avaliação caso a caso pelo gestor. "Temos programas de desenvolvimento de carreira e qualificação, mas hoje não oferecemos bolsas para pós-graduação", diz.
Para quem quer ingressar em uma dessas 480 vagas que serão abertas neste ano na Amazon Brasil, Arroyo destaca algumas qualidades essenciais.
"Buscamos obsessão pelo cliente, inovação, mentalidade de constante progresso e capacidade de pensar grande. Queremos talentos que olhem para soluções", afirma.
Desde sua chegada ao Brasil, em 2012, a Amazon tem investido na expansão local. A companhia aportou mais de R$ 33 bilhões no Brasil e, no país, tem o desafio de concorrer com gigantes como o Mercado Livre e o Magalu.
Atualmente, além dos mais de 18 mil funcionários diretos e indiretos, a Amazon Brasil conta com mais de 165 mil empregos gerados via parceiros e fornecedores no Brasil.