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Saúde mental no trabalho: o que impede os funcionários de buscar apoio?

Mais da metade dos profissionais brasileiros nunca contou com ajuda psicológica, segundo pesquisa realizada pela Ticket

Tatiana Romero, diretora de RH do Ticket: O tema saúde mental ainda é um tabu para muitas pessoas, principalmente no universo corporativo (Getty Images/Divulgação)

Tatiana Romero, diretora de RH do Ticket: O tema saúde mental ainda é um tabu para muitas pessoas, principalmente no universo corporativo (Getty Images/Divulgação)

Publicado em 8 de agosto de 2023 às 15h05.

Última atualização em 8 de agosto de 2023 às 15h23.

Mais da metade dos profissionais brasileiros (56%) nunca contou com apoio psicológico ou psiquiátrico, segundo pesquisa realizada pela Ticket, marca da Edenred Brasil de vale-refeição e vale-alimentação, com mais de 500 pessoas, na primeira quinzena de julho deste ano.

Entre os 44% que já se consultaram com especialistas, o estudo mostra que a periodicidade das consultas varia:

  • 22% o fizeram no último ano;
  • 5% nos últimos 24 meses;
  • 4% recorreram a ajuda nos últimos 36 meses;
  • 13% há mais de três anos.

Quais são as justificativas para não recorrerem ao apoio especializado?

O tema saúde mental ainda é um tabu para muitas pessoas, principalmente no universo corporativo, afirma Tatiana Romero, diretora de recursos humanos da Ticket. Tanto que entre as justificativas para não recorreram ao apoio especializado, estão:

  • 35% disseram não ter certeza se precisam;
  • 18% revelaram que o plano de saúde não cobre sessões de terapia e/ou consultas com psiquiatras;
  • 18% têm receio de sofrer algum tipo de preconceito no trabalho;
  • 30% afirmaram não precisar de qualquer apoio.

“É importante que as empresas criem um ambiente acolhedor para que os profissionais tenham segurança em demonstrar suas fraquezas emocionais e pedir apoio”, diz Romero.

Por que é importante as empresas investirem em tratamento de saúde mental?

As empresas se mostraram necessárias no combate às doenças mentais, afinal, muitos casos acabam surgindo no ambiente corporativo. Neste contexto, o levantamento também revelou que 55% das empresas não oferecem aos profissionais sessões de terapia ou benefícios relacionados à saúde mental. Isso leva 25% dos trabalhadores a desembolsar até R$500 destinados a tratamentos e apoio psicológico.

“Esses resultados são um alerta para as empresas avaliarem os benefícios que oferecem aos funcionários e considerarem a importância das iniciativas voltadas à saúde mental, uma vez que o equilíbrio emocional das pessoas também está diretamente ligado à produtividade no trabalho”, diz Romero.

Ao serem questionados sobre quais benefícios gostariam de receber visando aumentar o bem-estar e a saúde mental, os entrevistados elegeram:

  • 53% escolheriam cuidados com a saúde, como o convênio;
  • 50% mencionaram as sessões de terapia;
  • 39% descontos com academias ou outros para prática de atividades físicas;
  • 19% ações de descompressão da empresa (como sessão de meditação em grupo, disponibilizar um espaço para um cochilo, jogos de mesa, etc);
  • 16% palestras e rodas de conversa sobre temáticas relacionadas à saúde mental;
  • 9% bloqueio de agendas corporativas (dias sem reunião, bloquear horário de almoço, etc).

Ao serem perguntados sobre os fatores mais importantes para garantir o bem-estar e a saúde mental no trabalho, os entrevistados destacaram:

  • 58% optam pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
  • 48% mencionaram o equilíbrio entre volume de trabalho e salário recebido;
  • 34% disseram a boa relação com colegas de trabalho;
  • 31% responderam a boa relação com o gestor imediato.

“Quando comparamos os diferentes perfis que estão atuando no mercado de trabalho atualmente, os profissionais mais jovens tendem a apresentar um comportamento diferenciado em relação às gerações anteriores. Eles naturalmente prezam pelo equilíbrio entre vida profissional e pessoal, principalmente por buscar mais estabilidade emocional e saúde mental. Somado a isso, acabamos de passar por um período de pandemia que diminuiu a segregação entre o trabalho e os cuidados pessoais, o que potencializou essa prática,” afirma Romero.

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