A ordem é não parar de estudar para não sair perdendo quando os editais forem divulgados (Alexandre Durao)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2011 às 18h21.
São Paulo - Para quem desanimou diante do anúncio do Ministério do Planejamento de que não haverá concursos públicos neste ano, os especialistas aconselham: o momento para se dedicar aos estudos é agora. “O adiamento dos concursos que estavam previstos vai criar uma demanda reprimida de postos a serem ocupados por novos concursados”, diz Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac).
Para Pimentel, a suspensão deve acabar antes do fim do ano, que foi o prazo dado pela secretária do Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Célia Correa. “O governo contrata cerca de 200 mil pessoas por ano somente para preencher vagas por abandono, morte ou aposentadoria, sem contar os terceirizados que deverão ser substituídos por concursados. Alguém precisa preencher essas vagas”, afirma.
O adiamento de concursos públicos, medida que faz parte do corte de 50 bilhões de reais no Orçamento, vai atingir os processos de seleção que dependem de aprovação no Poder Executivo, mas não inclui aqueles destinados ao Legislativo e Judiciário, nem estatais que não dependem do Tesouro e os órgãos estaduais e municipais.
“Das 328 mil vagas esperadas para o setor público desse ano, o adiamento dos concursos por um período vai atingir apenas 10%, ou seja, a maior parte dos processos seletivos ainda estão em aberto”, diz José Wilson Granjeiro, diretor da escola preparatória Gran Cursos.
Os processos seletivos na Câmara, Senado Federal, tribunais, ministérios públicos, defensorias e procuradorias ainda devem seguir o calendário previsto para edital. Além deles, também não deverão ser afetados os concursos para: Instituto Rio Branco, Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Banco do Brasil, Correios, INSS, Petrobras, Anatel, Polícia Federal, entre outros.
Estudar como se houvesse edital
“Os candidatos ganharam mais tempo para se preparar e devem ter o foco no estudo a médio e longo prazo, para aproveitar o boom que será gerado quando saírem os editais”, aconselha Granjeiro. Segundo o diretor, os “concurseiros” têm que estar disciplinados, porque o adiamento aumentará o nível dos candidatos, que estarão mais preparados.
O juiz e especialista em concursos públicos, Rogerio Neiva, também acredita no bom momento para que quer seguir carreira no setor público. “Não se deve ser candidato de edital, que tem foco no fim, mas sim encarar o planejamento de estudos como dedicação para longo e médio prazo”, diz.
Quem já passou, mas não foi nomeado
Assim como os concursos públicos para este ano, as nomeações também foram adiadas pelo Planejamento. Segundo Pimentel, os candidatos aprovados em concurso que aguardam a nomeação devem observar os prazos de validade do concurso. “Se em até dois meses antes de vencer o prazo, ele não for chamado, deve procurar um advogado.
Neiva explica que o candidato poderá promover questionamento administrativo, contratar um advogado para entrar com ação judicial, formular uma representação junto ao Ministério Público ou, se não tiver recursos suficientes, procurar a Defensoria Pública.