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Mulheres sofrem mais risco de perder um trabalho para robôs

Mulheres sofrem risco maior de perder emprego para robôs nos EUA, segundo estudo divulgado pelo BCG

Robô carrega bandejas de comida em restaurante na China (VCG/Getty Images)

Robô carrega bandejas de comida em restaurante na China (VCG/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 15h00.

Última atualização em 24 de janeiro de 2018 às 15h31.

Nos EUA, as mulheres têm maior probabilidade do que os homens de perder seus empregos para a automação nos próximos oito anos e encontrarão metade das oportunidades para conseguir novos postos de trabalho, a menos que seja empreendido um novo esforço de recapacitação.

Essas são as conclusões de um estudo divulgado nesta segunda-feira no Fórum Econômico Mundial, que mostram que cerca de 57 por cento dos 1,4 milhão de empregos dos EUA que sofrerão disrupção tecnológica entre a atualidade e 2026 são ocupados por mulheres. Com a recapacitação adequada, a maioria dos trabalhadores encontraria novos empregos mais bem remunerados. Sem isso, muito poucos terão oportunidades, mas a situação das mulheres é pior, segundo o estudo, realizado em colaboração com o Boston Consulting Group. A transição será cara e difícil, disseram os autores.

“É definitivamente sem precedentes o esforço que seria necessário por parte das autoridades”, disse a coautora Saadia Zahidi, chefe de educação, gênero e trabalho do Fórum Econômico Mundial, que realiza seu evento anual nesta semana, em Davos, na Suíça. “A diferença hoje é que as empresas também reconhecem que isso é algo que seria útil para elas.”

Os trabalhadores se preparam para um futuro em que, segundo estimativas, cada robô industrial tirará o lugar de seis funcionários e em que 30 por cento dos empregos bancários poderiam desaparecer dentro de cinco anos à medida que a inteligência artificial se tornar mais inteligente. A pior disrupção afetará, em grande parte, os empregos de menor remuneração, muitas vezes ocupados por mulheres ou trabalhadores menos qualificados. O Fórum Econômico Mundial atualmente estima que demorará um século para que as mulheres alcancem paridade de gênero no trabalho, quase 20 anos mais do que o previsto há um ano.

Os líderes corporativos estão cada vez mais conscientes da necessidade de assumir um papel de liderança para corrigir a diferença, disse Zahidi. Ao mesmo tempo, será um problema complicado de corrigir porque requer um foco educacional completamente novo e também uma provável necessidade de apoio à renda para que os trabalhadores sejam recapacitados, disse ela.

Sem recapacitação, um quarto dos trabalhadores enfrenta perdas salariais anuais de cerca de US$ 8.600 e muitos não seriam capazes de encontrar novos empregos, contra um ganho de US$ 15.000 da maioria dos trabalhadores após dois anos de recapacitação -- cerca de 95 por cento com novos empregos disponíveis, segundo o relatório. O estudo foi baseado em dados da Burning Glass Technologies e do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA.

Um ponto positivo para as mulheres: no cenário da recapacitação, os salários das mulheres aumentariam 74 por cento, enquanto os dos homens subiriam 53 por cento, o que pode diminuir a diferença salarial, disse ela.

O estudo analisou 15 estratégias de emprego diferentes que poderiam abrir caminho para diversos trabalhadores, como funcionários de linhas de montagem, caminhoneiros, secretários e caixas, encontrarem novas carreiras. O relatório apontou que 90.000 empregos industriais, predominantemente ocupados por homens, correm risco de disrupção, mas há também cerca de 164.000 secretárias e assistentes administrativos nessa situação, que muitas vezes são ignorados.

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