Carreira

Quer unir sua equipe na era do trabalho remoto? Capriche nos benefícios

Para Job van der Voort, CEO da Remote, empresas vão usar benefícios para competir por talentos que podem trabalhar de qualquer lugar

O holandês Job van der Voort, CEO da startup Remote, de contratação remota: concorrência global por talentos deu poder à mão de obra  (Divulgação/Divulgação)

O holandês Job van der Voort, CEO da startup Remote, de contratação remota: concorrência global por talentos deu poder à mão de obra (Divulgação/Divulgação)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 18 de julho de 2021 às 08h00.

Conforme as empresas começam a adotar modelos mais flexíveis de trabalho, surge a oportunidade de contratar funcionários sem se importar com sua localização.

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Parece tudo lindo até precisar de um endereço para mandar o VR. E oferecer um plano com cobertura na região do funcionário. E, se for contratar gente fora do país, como fazer o pagamento? 

Essas dificuldades assombravam o dia a dia do holandês Job van der Voort quando ele era vice-presidente da GitLab, empresa de software que nunca teve escritório e contrata pessoas do mundo todo.

Ao perceber que ninguém resolvia o problema que ele tinha, Voort fundou a Remote com Marcelo Lebre em 2019. Sua missão é inovar desde já a contratação no futuro remoto.

A startup já recebeu 46 milhões de dólares e está presente em mais de 30 países, incluindo o Brasil, tanto oferecendo o serviço para empresas quanto contratando pessoas.

Entre seus principais investidores estão a General Catalysm, Index Ventures, Two Sigma Ventures, Sequoia e Base Partners.

O negócio cuida da folha de pagamentos, faz consultoria sobre os benefícios legais em cada localidade e mostra o que adicionar ao pacote para tornar a empresa mais competitiva. 

Para o CEO da Remote, empresas globais precisam ter benefícios replicados para equipes de diferentes locais. Ele está otimista com o crescimento do negócio e a adesão de mais empresas ao modelo de contratação global, inclusive com a entrada no Brasil.

Estamos crescendo muito e auxiliando na contratação de diversas pessoas no Brasil, tanto para trabalhar em empresas estrangeiras como para empresas contratarem remotamente. Parte do nosso sucesso está no Brasil”, diz.

O executivo fala da tendência dos próximos passos da nova era de benefícios na matéria desta edição da revista Exame. A pandemia acelerou a adoção das empresas aos benefícios flexíveis. E para competir por talentos no âmbito nacional e internacional, mais empregadores precisarão ajustar seus pacotes de benefícios.

Confira a entrevista completa com o empreendedor:

Você acredita que mais empresas vão contratar globalmente? 

Sim, eu acredito que quase todas as empresas vão precisar competir globalmente para encontrar os melhores talentos. Se você está em posição para contratar remotamente, você já começou a fazer isso, especialmente quando você olha para profissionais de alta demanda de marketing, design e software. Você pode ganhar muito bem e não estar preso ao lugar em que mora.  

Ao contratar globalmente, os benefícios de alguns países vão influenciar os de outros? 

Primeiro, existem os benefícios regulamentares. Se você contrata nos Países Baixos ou em Portugal, nós podemos recomendar quais são os requerimentos legais em cada país. Para os profissionais de todos os lugares estarem em pé de igualdade, o mesmo benefício de um local pode ser replicado para a equipe de outro. E benefícios adicionais garantem essa igualdade entre funcionários de locais distintos, como um orçamento para home office que em alguns países é obrigatório, por exemplo. Outra coisa que é muito efetiva para a concorrência global: pagar melhor as pessoas. É uma boa, parece óbvio, mas é efetivo. Em alguns países, empregar muitos profissionais lá pode ser muito vantajoso se você consegue concorrer com os salários locais. Eu vejo que são os caminhos que empresas que querem competir globalmente vão tomar.  

O que isso muda na cultura e para o RH? 

Uma vez que você se livra do escritório, é preciso se adequar a outras mudanças, como diferentes fusos horários e viagens de negócios. A ideia de “estar junto ao mesmo tempo”, do expediente das 9 às 5 horas, começa a desaparecer e você passa a operar com um pensamento assíncrono. Não é necessário ter uma reunião para cada coisa ou estar junto para fazer seu trabalho individual. Você pode compartilhar informações por tantas formas, como o velho e-mail, ou até gravar vídeos assíncronos usando o Loom.

E os negócios B2C também mudam com o remoto, como empresas de benefício, HR Techs e até os bancos?

Removendo o físico e indo para o digital, não tem mais distanciamento e se torna muito fácil abrir outras portas de competitividade do mercado. Como o open banking, que você citou, você deixa de ter um controle forte sobre as finanças de alguém e isso muda o nível de competição. E todo o mercado acompanha. Na busca por talentos, a competição é global e muita competição também ocorre dentro do próprio país. Existe um próximo passo para tudo. Com a mudança do trabalho remoto, o próximo passo é a competição por benefícios.

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