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Produção em alta em entretenimento, e vagas também

Maior poder aquisitivo da população, incentivos governamentais e oportunidades geradas pelas novas mídias aquecem o mercado para os profissionais da indústria do entretenimento


	Cena do filme Alemão, produzido pela RT Features 
 (Divulgação / Downtown Filmes)

Cena do filme Alemão, produzido pela RT Features  (Divulgação / Downtown Filmes)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 13h41.

São Paulo - Estrelado por globais e inspirado em um acontecimento que mobilizou o noticiário nacional em 2010, o filme Alemão, sobre a ocupação dessa comunidade carioca pela polícia, estreou em segundo lugar nas bilheterias no mês passado, atrás apenas do hollywoodiano 300 — A Ascensão do Império.

Esse projeto ambicioso não é exceção para o empresário Rodrigo Teixeira, de 36 anos, dono da produtora RT Features, que aposta na compra de direitos de músicas e livros para adaptações para o cinema e a TV.

Foi assim em 2011 com a série da Globo Amor em 4 Atos, inspirada em canções de Chico Buarque, e também com a cinebiografia Tim Maia, que deverá chegar às telas em agosto. “A compra dos direitos é um diferencial. Quanto mais criativo você for nas apostas, mais chance de sucesso seu produto terá. É uma tendência fora do Brasil e na TV Globo”, diz Rodrigo.

O trabalho do empresário cruzou fronteiras e hoje ele negocia com um canal americano a adaptação do disco Blood on the Tracks, de Bob Dylan, para uma série cujas filmagens começarão em 2015. Também nos Estados Unidos o empresário fechou com a produtora Plan B, de Brad Pitt, a realização do filme Your Face Tomorrow, adaptação de uma obra sobre espionagem industrial.

O dono da RT Features — que emprega 17 pessoas entre montadores, produtores e roteiristas — acredita num amadurecimento do mercado brasileiro. “O público está mais receptivo ao conteúdo nacional, e o governo tem investido no setor”, afirma Rodrigo.

Responsável por mais de 2,8% do PIB brasileiro, segundo o IBGE, a indústria criativa vem recebendo incentivos públicos que aquecem as contratações. A chamada Lei do Audiovisual, em implantação no país, determina a veiculação semanal de ao menos 3 horas e meia de conteúdo nacional em horário nobre em canais fechados.

E o Fundo Setorial da Agência Nacional do Cinema (Ancine) mais do que triplicou neste ano o investimento no segmento, de 190 milhões para 590 milhões de reais. Segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), esses recursos devem gerar 3 540 empregos permanentes e 26 550 temporários. Vale lembrar que o salário médio dos profissionais criativos, de 4 693 reais, é quase três vezes maior do que o rendimento médio do trabalhador brasileiro.

De olho nesse potencial, foi criado em Recife, Pernambuco, no ano passado, o Portomídia, conglomerado de produção e capacitação cujo objetivo é estruturar um polo de economia criativa. Com investimento de 12 milhões de reais, o plano é formar 1 500 ilustradores, finalizadores, roteiristas, designers gráficos e gestores culturais até 2015. Empresas do setor, como a Mr. Plot, desenvolvem-se na incubadora do polo.

Especializada em animação e conteúdo móvel, a Mr. Plot fechou no ano passado com o Discovery Kids um contrato para a exibição do desenho Bita e os Animais. “Agora queremos chegar à TV aberta”, diz Felipe Almeida, de 34 anos, sócio da empresa.
As plataformas digitais também favorecem as produções.

Um dos que aproveitam essa tendência é o roteirista fluminense Luiz Hagen Welper, de 34 anos, que retrata a rotina de imigrantes latino-americanos no Rio de Janeiro na websérie Rio de Nosotros. O financiamento dos episódios, que envolvem 25 profissionais, vem pela plataforma Sibite, de financiamento coletivo. “Com YouTube, Vimeo e Netflix e financiamento coletivo, o mercado está muito aberto”, afirma o autor. 

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