Pacto divulga resultados do Índice ESG de Equidade Racial Setorial (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2022 às 13h24.
Última atualização em 13 de julho de 2022 às 18h39.
Enquanto os investidores — e a sociedade — exigem, as empresas firmam compromissos cada vez mais ambiciosos em ESG. Governança ambiental, social e corporativa tem dado o tom para boa paerte das ações, em todas as frentes, da linha de produção até o atendimento pós-consumo.
E não basta anunciar metas de longo prazo. É preciso demonstrar para o mercado que os avanços estão acontecendo, neste momento. Não apenas os investimentos específicos de ESG mas também todos os papéis emitidos pelas organizações são valorizados, ou desvalorizados, de acordo com este desempenho.
De fato, um estudo da poderosa Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que 93,9% das pessoas e instituições que mantêm o mercado girando estão mais interessados em destrinchar as ações das corporações onde pretendem colocar seu dinheiro.
Eles sabem que a rentabilidade acompanha as tendências para o futuro no longo prazo. E que só vai crescer no mercado quem conseguir, de forma mensurável, avançar em pautas ambientais, sociais e de governança.
Para os profissionais, tudo isso significa uma enorme oportunidade. Por outro lado, trabalhar com propósito, implementando ações nas organizações, não é simples. Exige criatividade, liderança e capacidade de trabalho em equipe e de ouvir a sociedade, de forma a desenhar programas capazes de produzir impacto para as comunidades onde a empresa atua, reduzindo emissões, melhorando a eficiência energética e atuando na melhoria da gestão de riscos e dos procedimentos de governança e transparência.
Faltam profissionais em ESG, uma carreira que chega a render salários de até R$ 20 mil mensais. O CFA Institute realizou um estudo em dezembro de 2020, em que analisou 1 milhão de perfis no LinkedIn. Menos de 1% apontava qualquer formação ou qualificação que os habilitasse para atuar na área.
São profissionais que acreditam nas causas em que atuam, como apontou um levantamento da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps) em parceria com a Deloitte. Entre os entrevistados, entre respostas múltiplas, 70% disseram que optaram por esse caminho em busca de realização pessoal, e 55% por admiração ao tema. E 44% já têm uma formação específica na área.
Um relatório da PwC aponta que, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão alocados em ativos que levam em conta os princípios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões. Em 2020, eram 15,1%. Ou seja: a procura por profissionais tende a aumentar, assim como a exigência por qualificação, e o aumento da remuneração.
O mercado consumidor também reconhece a importância de adotar ações de governança social, sustentável e corporativa: segundo a pesquisa global sobre sustentabilidade da Capterra, os países latino-americanos são os mais dispostos a pagar 20%, ou mais, em produtos que sejam sustentáveis.
E 79% dos brasileiros dizem que apoiam empresas que se mostram sustentáveis em seus valores. Além disso, de acordo com um levantamento encomendado pela revista Consumidor Moderno, 51% dos consumidores dão prioridade a empresas que realizam ações de responsabilidade social.