Carreira

Pós-graduação em casa

Apesar de serem colegas no curso de especialização em Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a fisioterapeuta Mônica Mussolino e o tecnólogo em redes de computadores Flávio Monteiro nunca se encontraram pessoalmente. Ela mora na capital paulista. Ele, em Belém (PA). Ambos frequentam aulas pela internet. Assistem às apresentações dos professores […]

Mônica Mussolino: disputa acirrada para cursar informática com foco na área de saúde (.)

Mônica Mussolino: disputa acirrada para cursar informática com foco na área de saúde (.)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2010 às 18h15.

Apesar de serem colegas no curso de especialização em Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a fisioterapeuta Mônica Mussolino e o tecnólogo em redes de computadores Flávio Monteiro nunca se encontraram pessoalmente. Ela mora na capital paulista. Ele, em Belém (PA). Ambos frequentam aulas pela internet. Assistem às apresentações dos professores ao vivo ou baixam os vídeos para ver em horário conveniente. As dúvidas são esclarecidas por meio de bate-papo online com professores, fórum e e-mail, que também servem para a interação entre os alunos. Para conquistar uma vaga, cada um deles derrotou cinco candidatos.

Essa grande procura reflete o crescimento da educação via internet. Quem já tem diploma universitário e quer voltar a estudar, mas não tem tempo ou disposição para encarar a sala de aula e o trânsito, tem à disposição diversos cursos de especialização e pós-graduação a distância.

No Brasil, em 2008, a especialização e o MBA eram 37% de todos os 1 752 cursos online, segundo o Censo EAD da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed). Dos 568 novos cursos públicos e privados a distância criados em 2008, 28% eram de pós-graduação lato sensu. O censo lista 37 cursos a distância nas áreas de computação, TI e telecom, incluindo aqueles voltados à formação de professores.

Para Mônica Mussolino, de 33 anos, a reputação foi o que mais pesou na escolha do curso da Unifesp. "É uma das melhores universidades do país", diz. O curso faz parte do Sistema Universidade Aberta (UAB), que integra universidades públicas (veja a lista em http://uab.capes.gov.br). As instituições que oferecem os cursos a distância mantêm polos de apoio - locais para ter aulas presenciais, acessar a internet e fazer provas. Flávio Monteiro, de 33 anos, conseguiu uma vaga no polo de Breves (PA), onde fará a avaliação final e a apresentação do trabalho de conclusão do curso.


 

Faça seu horário

Para cursar Engenharia de Software a distância no Posead, organização sediada em Brasília, Sérgio Araújo Moraes, de 29 anos, analista de sistemas, paga 250 reais mensais. A instituição oferece cinco cursos de especialização lato sensu na área de TI em parceria com a Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, que emite o diploma. "Ficava mais em conta do que uma pós-graduação convencional. Além disso, há o benefício de fazer meu próprio horário de estudo", diz.

Uma ação civil está sendo movida pelo Ministério Público Federal no Amazonas contra a validade dos certificados do curso de Direito Processual Penal do Posead, apresentados como títulos em concurso público. Entre as supostas irregularidades, estaria a carga horária insuficiente, o que é contestado por Otávio Veiga, diretor-executivo do Posead. "Todos os nossos cursos atendem à carga mínima de 420 horas exigida pelo MEC", diz.

O diploma vale?

O advogado Ricardo Holz, presidente da Associação Brasileira dos Estudantes de Ensino a Distância (ABE-EAD), diz que futuros alunos devem verificar se o polo, e não apenas a faculdade, está credenciado pelo MEC. Outro cuidado é avaliar se o curso é compatível com a rotina do aluno. Há alguns que incluem também aulas presenciais. "Por lei, certificados de cursos a distância reconhecidos pelo MEC têm o mesmo valor dos obtidos em cursos presenciais", diz Holz. "Mas há preconceito, em especial no setor público.” Em junho de 2009, por exemplo, a Justiça obrigou a prefeitura de São Paulo a aceitar o diploma de cursos a distância nos concursos para o magistério. Mas há menos discriminação na área de informática. "Alunos de tecnologia que fizeram curso a distância são mais bem aceitos no mercado", diz Holz.

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