Um dos principais problemas com as ações de treinamento de líderes é criar programas que não têm uma clara conexão com as entregas da empresa | Peter Bernik/Shutterstock /
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2018 às 15h59.
Última atualização em 25 de agosto de 2018 às 09h49.
Desenvolver líderes, de forma eficaz, é desafiador, pois requer o engajamento de quem vai aprender em um contexto no qual a natureza do trabalho está mudando muito rápido. Algumas projeções da nossa realidade são surpreendentes: 65% das crianças que hoje estão na pré-escola trabalharão em atividades que ainda não existem.
Assim, para articular ações de desenvolvimento de liderança que atendam às novas habilidades e capacidades exigidas, vale uma reflexão sobre os motivos que levam vários programas de desenvolvimento a falhar.
Nossa experiência mostra que há seis causas principais:
1. Desenvolver habilidades sem um objetivo definido: criar programas que não têm uma clara conexão com as entregas da empresa ou com as capacidades que a companhia precisa construir.
2. Não planejar a jornada de desenvolvimento de habilidades: correr para lançar um programa não alinhado à estratégia da organização, devido à pressão por desempenho ou à visão simplista sobre o que mudar.
3. Seguir um protocolo sem engajamento: confiar somente nas instruções de um manual de treinamento, sem promover a aplicação prática de uma abordagem que traga mudanças de mentalidade e de comportamentos.
4. Realizar somente pilotos: falhar em atingir uma quantidade suficiente de massa crítica, que seja um ponto de inflexão da escala, devido à falta de tempo, recursos ou complexidade de implantação.
5. Lançar programas de sucesso isolados: oferecer um ótimo curso ou uma experiência acadêmica, mas não construir uma jornada de aprendizado completa.
6. Não acompanhar resultados: falhar em medir e rastrear o impacto dos esforços de desenvolvimento de liderança em toda a companhia.
É preciso uma série de intervenções para garantir o sucesso dos programas propostos. Não existe uma “bala de prata”, mas, estatisticamente, descobrimos que algumas ações importam mais que outras. Elas podem ser agrupadas em quatro temas:
1. Focar nos comportamentos que realmente importam, com base no contexto da empresa, e não somente no que é mais crítico para o desempenho. É preciso entender quais mentalidades e comportamentos devem ser transformados.
2. Garantir o alcance de massa crítica da companhia, engajando toda a organização e assegurando que o modelo de liderança alcance a todos.
3. Usar sistemas de incentivo e reconhecimento para reforçar a mudança, com participação e engajamento dos líderes
4. Planejar a transferência de conhecimento dentro da empresa, encorajando indivíduos a colocar em prática as habilidades que são importantes na formação de um bom líder – e conectar o conteúdo aprendido a projetos práticos e reais.