Carreira

Um gerente interrompe a carreira para aprender inglês

O engenheiro Guilherme Ferrucci pediu demissão do cargo de gerente da Camargo Corrêa para corrigir o que considerava uma falha em seu currículo: a falta de fluência em inglês

Guilherme Ferrucci, em Pittsburgh: aprendizado dentro e fora da sala de aula (Acervo pessoal)

Guilherme Ferrucci, em Pittsburgh: aprendizado dentro e fora da sala de aula (Acervo pessoal)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2014 às 10h59.

São Paulo - Em 2013, o engenheiro Guilherme Ferrucci estava com a carreira bem encaminhada. Aos 37 anos, era gerente de engenharia da Camargo Corrêa, uma das maiores construtoras do país. Há sete anos na empresa, Guilherme era reconhecido e chamado para resolver problemas complexos, como a entrega de obras atrasadas.

“Em três anos fui de coor­denador a gerente de engenharia”, diz. Apesar da boa qualificação técnica e do perfil para liderar, Guilherme sentia que a falta de fluên­cia em inglês poderia prejudicá-lo nos processos de seleção para vagas de maior calibre. 

O dilema

“Eu sabia que se quisesse ser promovido tinha de me aperfeiçoar”, diz. “Comecei a trabalhar logo no primeiro ano da faculdade e, quando vi, não tinha mais tempo para nada.” A vontade de morar fora também era grande, e Guilherme começou a levar o sonho de passar uma temporada nos Estados Unidos mais a sério.

“Estava em um bom momento profissional, mas tinha a impressão de que ou fazia a pausa naquele período ou não faria nunca mais”, afirma. Antes de qualquer coisa, Guilherme conversou sobre o assunto com sua mulher, Fernanda. Fisioterapeuta e professora, ela apoiou a decisão.

Decidiram ir para Pittsburgh, na Pensilvânia, onde havia bons cursos de inglês para Guilherme e a possibilidade de Fernanda estudar com um grande especialista em tratamento de joelhos.

A decisão

“Com os documentos do visto em mãos, marquei uma conversa com meus diretores para comunicar meu desligamento. Um sabático não seria possível, então, a única saída era a demissão.

Meus chefes ficaram surpresos, mas apoiaram a decisão e ofereceram um bônus, que acabou bancando a viagem — embora já tivesse uma reserva financeira.

Nos meses em que fiquei fora, fiz um intensivo com aulas durante seis dias da semana e aproveitei para conhecer empresas de engenharia americanas e aprender técnicas inovadoras que podem ser aplicadas aqui. Voltei ao Brasil com muita energia e a certeza de que essa pausa na carreira me ajudou a ter uma visão de mundo diferente e mais ampla.”

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