Além do diretor do FMI, o ex-presidente americano Bill Clinton (foto) e outras celebridades também protagonizaram escândalos sexuais (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2011 às 12h38.
Washington - A lista de homens poderosos cujas carreiras foram abaladas por um escândalo sexual é muito grande para ser apresentada na íntegra, mas é possível citar alguns expoentes como o ex-presidente americano Bill Clinton, o ex-presidente israelense Moshe Katsav e o astro do golfe Tiger Woods.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Interncional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, se juntou a este grupo de homens que, estando no auge do poder e das suas carreiras, enfrentam a possibilidade de ruína por causa de um escândalo sexual.
Muitos deles conseguiram se livrar dos inquéritos. Por sua parte, o francês Strauss-Kahn garante que todas as acusações de agressão sexual apresentadas contra ele por uma camareira de um hotel nova-iorquino são falsas.
No entanto, a sexóloga Sharon O'Hara afirma que existem inúmeros casos de homens com um voraz apetite sexual cujas vidas foram arruinadas por este distúrbio.
"Tratamos de muitos astros de Hollywood que enfrentam este problema e relatam frequentemente a impressão de estar passando por um túnel", disse O'Hara, que há 20 anos de dedica ao tratamento de pessoas viciadas em sexo e adverte que esta compulsão pode resultar em atitudes criminosas.
"Trata-se de uma qualidade psicopata: 'Eu faço o que quero, quando quero, pois sou muito poderoso'", explicou. "As questões sempre tratam de poder", acrescentou.
A relação entre sexo e poder ficou evidente nesta terça-feira, quando o herói dos filmes de ação e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, admitiu ter tido um filho fora do casamento com uma de suas funcionárias. A "pulada de cerca" provocou o fim do seu casamento de 25 anos com Maria Shriver - membro da família Kennedy.
O'Hara afirma que os viciados em sexo e os agressores sexuais são grupos patológicos distintos. No entanto, os comportamentos por vezes podem coincidir.
Já o especialista Robert Weiss, autor de um livro sobre o assunto, afirma que os homens no topo do poder são particularmente adeptos deste tipo de comportamento.
"Acontece com homens de um elevado intelecto. Uma sensação de impunidade combinada com pouca precaução e uma constante pressão pelo sucesso podem deixá-los emocionalmente suscetíveis ao ponto de perderem tudo o que conseguiram com muito esforço", analisa.
"O vício do sexo já afetou algumas personalidades da televisão, política e do entretenimento", acrescentou, citando os exemplos de Bill Clinton e Tiger Woods.
A imagem de Clinton foi marcada pelo escândalo da relação sexual que teve com uma estagiária da Casa Branca, enquanto o casamento de Woods ruiu no ano passado após o atleta ter admitido vários casos extraconjugais.
Os especialistas observam que é muito difícil um político ir para a cadeia por crimes sexuais. Isso porque a maioria deles mudam de comportamento após os escândalos ou porque as vítimas não apresentam ou retiram suas queixas.
No entanto, exceção à regra é o ex-presidente israelense Moshe Katsav, condenado em março a sete anos de prisão por estupro, crime cometido quando ele exercia o cargo de ministro, no fim dos anos 90.
As opiniões sobre o vício sexual não são unânimes, mesmo entre os profissionais de saúde. A Associação Psiquiátrica Americana não reconhece formalmente o problema como uma desordem mental.