Além de capacitar profissionais para tecnologia e eletricidade, a Energisa aposta na educação como um motor de mobilidade social e desenvolvimento para Minas Gerais. Foto: Pedro Vilela / Agencia i7
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Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 12h31.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2025 às 12h35.
Cataguases é um município do interior de Minas Gerais que mantém o ritmo tranquilo das pequenas cidades. Com pouco mais de 60 mil habitantes, sua economia ainda se sustenta no comércio local, apesar da presença de um forte polo industrial na região. Mas, aos poucos, o cenário começa a mudar.
A Energisa, um dos principais grupos privados do setor de energia no Brasil, está investindo para formar profissionais de tecnologia na região. O objetivo é ampliar as oportunidades e, principalmente, desenvolver talentos para atuar em um setor que sofre com a escassez de mão de obra. E está dando certo.
O Rio Pomba Valley, como o projeto é chamado, cresce a cada ano. No início, oferecia cursos separados de back-end e front-end, formando 35 alunos. Depois, evoluiu para um modelo full stack, com 760 horas de aulas práticas. Agora, dá um passo maior: um curso técnico em desenvolvimento de sistemas, certificado pelo MEC, com 1.200 horas presenciais no Senai de Cataguases.
Os cursos são estruturados para preparar os alunos na parte técnica, mas também nas soft skills, como trabalho em equipe e resolução de problemas. As aulas incluem teoria e prática, com módulos sobre banco de dados, programação, desenvolvimento web e infraestrutura tecnológica.
Daniele Salomão, vice-presidente de Gente, Gestão e Sustentabilidade da companhia, conta que, desde a criação do programa, em 2022, 63 profissionais finalizaram a formação como desenvolvedores e 80% deles estão trabalhando na área. A formação prepara os alunos para o mercado, mas muitos deles são contratados pela própria Energisa.
No âmbito do Rio Pomba Valley, a Energisa mantém parcerias estratégicas para ampliar a qualificação técnica dos alunos. Empresas como Amazon (com a AWS), IBM e Populous oferecem cursos complementares em infraestrutura, segurança da informação e computação em nuvem, aumentando as chances de empregabilidade dos formandos. E tudo sem custo para os alunos.
A capacitação de desenvolvedores é apenas uma das iniciativas da Energisa para a formação de talentos. A empresa também mantém, nas suas áreas de concessão como distribuidora de energia elétrica, um programa voltado para eletricistas, profissão essencial para o setor. Em 2024, 700 profissionais se formaram e 480 deles foram contratados pela Energisa.
O programa exige dedicação: são 430 horas de formação, incluindo práticas de segurança, já que a profissão envolve riscos. "Recebemos pessoas das mais diversas trajetórias de vida. Para muitos, essa é a porta de entrada para o setor elétrico e uma oportunidade de transformação profissional", afirma Daniele, que é membro do Clube CHRO da EXAME.
As aulas abrangem desde os conceitos básicos de eletricidade até os mais avançados, como instalação e manutenção de redes elétricas. Os alunos também passam por treinamentos em segurança do trabalho para garantir que estejam plenamente capacitados para exercer a função com excelência.
Uma vertente do programa tem foco especial na inclusão feminina. Embora a presença de mulheres na área seja crescente, ainda há desafios. "Muitas não enxergam a eletricista como uma profissão possível para elas. Precisamos realizar um trabalho de mobilização social para mostrar que essa também pode ser uma carreira para mulheres", explica Daniele. Em 2024, 117 mulheres foram formadas pelo programa. "E queremos fazer mais", reforça.
O impacto dos programas de formação da Energisa tem uma conexão direta com a história da própria Daniele. Antes de liderar projetos de gestão de pessoas e sustentabilidade, ela trilhou um caminho semelhante ao dos alunos que hoje se formam pelo Rio Pomba Valley e pelas escolas de eletricistas.
Criada na periferia de Fortaleza, Daniele começou a trabalhar aos 14 anos como jovem aprendiz em um banco e, desde então, nunca parou. Formou-se em Administração e construiu uma trajetória profissional que a levou à liderança na Energisa, onde está há 17 anos.
Para ela, mais do que formar profissionais, os programas da Energisa ajudam a construir um legado de transformação e desenvolvimento social, levando novas oportunidades a comunidades que antes tinham poucas perspectivas.
A aposta da empresa está se provando certeira. Com um modelo de educação profissional aliado a parcerias estratégicas, a Energisa não só supre a demanda interna por mão de obra qualificada, mas também impulsiona um novo ecossistema de inovação e tecnologia no interior de Minas Gerais. Um exemplo de que o investimento em capacitação pode ser um caminho sustentável.
"A gente vê no mercado muitas empresas brigando pelos melhores talentos, mas nem todas querem investir para formar talentos melhores", explica. "Mas nós saímos desse lugar comum ao buscar na comunidade as pessoas e capacitá-las, viabilizando mais do que formação, mas também a mobilidade social e a possibilidade de construção de uma trajetória profissional", conclui.