PROA: ex-alunos dentro do Theatro Municipal, agora o projeto quer ajudar jovens no Brasil todo (PROA/Divulgação)
Luísa Granato
Publicado em 8 de julho de 2020 às 17h48.
Última atualização em 8 de julho de 2020 às 19h51.
“Sonhos sem prática não são nada”, afirma Gabrielly Sadovski, de 20 anos, sobre o mais importante aprendizado que teve no Instituto PROA, que ajuda jovens da rede pública de ensino a desenvolver projetos de vida e iniciar sua carreira profissional.
Para Gabrielly, que passou pelo PROA em 2017 e agora está no sétimo semestre de administração pública na FGV, o ano foi de muitos planos frustrados, mas a habilidade de planejar e adaptar seu futuro a ajudou a navegar as incertezas dessa crise.
A estudante acredita que ganhou ferramentas para toda a vida com o curso, podendo analisar seus desejos a cada passo e traçar um caminho até seus objetivos.
Além da adaptabilidade e autoconhecimento, o projeto a ajudou a desenvolver habilidades de liderança e de pensamento colaborativo. Ela pode dividir seu tempo entre a faculdade e o estágio, porém ainda procura maneiras para dar seu apoio às famílias de baixa renda de seu bairro na zona leste de São Paulo.
“Nesse período, uma coisa que tenho pensado é em como fazer pequenas coisas para ajudar ao máximo os outros. Como iniciativas para comprar e doar notebooks e tablets para crianças e jovens fora da escola. Para minha carreira, tenho pensado muito na questão de como precisamos de políticas públicas mais focadas nas necessidades das pessoas”, conta ela.
Gabrielly é uma dos cerca de 7.500 jovens que passaram pelo projeto desde sua fundação em 2006. Após o curso, o instituto continua o acompanhamento dos alunos por três anos e, de 2016 a 2018, viram 80% dos participantes empregados nesse período.
Temendo o impacto que a pandemia terá na carreira dos jovens de baixa renda, a ONG acelerou seu plano de expansão: agora, eles querem impactar 400.000 jovens nos próximo cinco anos.
Existe uma meta para o projeto de plataforma digital, porém, para o presidente do PROA, Rodrigo Dib, o céu é o limite. “Queremos explodir e ajudar a resolver esse problema para a juventude. Todos os projetos que tivemos são os pilotos para chegar até aqui”, fala ele.
Com o sonho de que a plataforma seja gigante, ela fará parte da metodologia de ensino do "Jovens a bordo para o futuro", desenvolvida pelo instituto, será 100% online e com baixo uso de dados de internet para se tornar mais acessível.
Até o final do ano, eles devem lançar a primeira trilha de aprendizado, que será sobre o conjunto de ferramentas para o mercado de trabalho, que inclui aulas para desenvolver o projeto de vida e aprender habilidades para melhorar a empregabilidade, como matemática, comunicação, pacote Office e raciocínio lógico.
Dada essa base para os alunos, a fase 2 trará cursos técnicos e profissionalizantes de acordo com suas aptidões. Depois, eles planejam que a plataforma reúna também empregadores com oportunidades de emprego. E toda a jornada será gratuita.
“Não teremos provas, mas projetos dentro de cada módulo que vão compor um portfólio e os jovens receberão emblemas a cada conquista. No final, eles são encaminhados para a parte de empregos e já terão avaliação de perfil e de habilidades para entrar nos processos seletivos”, explica Dib.
De acordo com o CEO, a plataforma está em desenvolvimento e agora eles buscam por parceiros para ajudar a financiar e oferecer os cursos da segunda trilha. Hoje, o instituto recebe apoio da Fundação Lemann e da J.P. Morgan, entre outros.
Para os interessados, a turma para o primeiro semestre de 2021 está recebendo pré-inscrições pelo site. Podem se inscrever jovens de 17 a 20 anos que vão terminar ou acabaram o ensino médio em escola pública.