Carreira

Para a Creditas, saúde mental só é possível com segurança financeira

Empresa oferece para os colaboradores e para outras empresas benefícios financeiros em que é possível usar o vínculo de trabalho como garantia para crédito

Sede da Creditas: primeiro, o Creditas @Work foi testado dentro da empresa, onde tem alta utilização, mas hoje ele é uma das soluções business da companhia (Creditas/Divulgação)

Sede da Creditas: primeiro, o Creditas @Work foi testado dentro da empresa, onde tem alta utilização, mas hoje ele é uma das soluções business da companhia (Creditas/Divulgação)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 3 de outubro de 2021 às 11h16.

Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 10h49.

Quando se fala em saúde mental no trabalho, os termos mais comuns que vêm à cabeça costumam ser equilíbrio entre vida pessoal e as atividades profissionais, terapia e benefícios.

Mas para a startup de soluções financeiras Creditas, tudo isso só faz sentido se os funcionários também estiverem de bem com as suas finanças. A empresa oferece para os colaboradores uma plataforma de benefícios financeiros em que é possível usar o vínculo de trabalho como garantia para crédito.

Por exemplo: em meses mais difíceis, dá para pedir adiantamento do salário e até empréstimos, com descontos na folha de pagamento com juros mais baixos que os do mercado.

Na visão da vice-presidente da Creditas, Viviane Sales, é preciso considerar o quanto o perfil endividado do brasileiro afeta a saúde mental e a produtividade dentro das empresas.

“A gente vê como algo relevante para as empresas endereçarem essa questão, algo que afeta produtividade e felicidade. A gente vê em pesquisas que 80% das pessoas têm sintomas físicos por causa do estresse financeiro. Então, é uma solução de bem estar.”

O case da Creditas foi um dos destaques da edição deste mês EXAME como uma das lições de liderança e gestão que ficam para a pós-pandemia.

Uma pesquisa realizada pela própria Creditas em parceria com o Ibope Inteligência com 1 mil trabalhadores brasileiros mostra alguns efeitos perversos da insegurança financeira para o trabalho.

37% dizem que começam a buscar uma nova oportunidade profissional quando precisam de mais dinheiro, aumentando assim a taxa de turnover das empresas. 32% adotam um trabalho extra, 26% se sentem mais desmotivados e 10% confessam que a concentração mental nas atividades fica prejudicada.

 No Brasil, dados do fim do primeiro semestre deste ano da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que cerca de 70% das famílias estão endividadas. Ou seja, com contas futuras a pagar. 

Em um estudo feito pela Society for Human Resource Management, 7 em cada 10 profissionais de recursos humanos consultados afirmaram que problemas financeiros individuais têm algum ou alto impacto na performance dos empregados no trabalho.

Os principais são: estado alto de estresse do empregado, redução do foco, queda na produtividade, além de absenteísmo e atrasos.

Primeiro, o Creditas @Work foi testado dentro da empresa, onde tem alta utilização, mas hoje ele é uma das soluções business da companhia. Dentro da Creditas, os benefícios de antecipação, store e consignado tiveram juntos mais de 7.500 solicitações pelos funcionários. Hoje, a empresa tem 2.800 funcionários.

Já “do lado de fora”, a solução foi contratada por 1.300 empresas clientes, com 60.000 profissionais impactados. Além do adiantamento do salário e do empréstimo, o Creditas @Work também funciona como loja vinculada a varejistas parceiros, previdência privada e cartão de benefícios.

Tudo funciona por meio de aplicativos, onde os funcionários também têm acesso a um pacote de educação financeira, para que entendam como utilizar cada um dos produtos. No caso da loja digital do @Work, a ideia é que pessoas sem possibilidade de crédito possam comprar produtos parcelados de alto valor, com desconto em salário.

Uma pesquisa feita pelo Datafolha, e encomendada pelo Zenklub, mostra que 64% dos trabalhadores não têm acesso a benefícios e programas corporativos de saúde mental.

Os dados foram colhidos com 1.197 pessoas neste mês de setembro, quando ocorre a campanha nacional de prevenção ao suicídio, promovida desde 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina.

Números da Organização Mundial da Saúde mostram que a ansiedade e a depressão retiram da economia mundial cerca de 1 trilhão de dólares por ano.

O estudo, nomeado de Scaling-up treatment of depression and anxiety: a global return on investment analysis, também calcula que a cada um um dólar investido no tratamento dessas condições mentais, quatro dólares são obtidos como retorno.

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